Capítulo 14 - Ritmos e sabores

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Era quarta-feira e, quando abriu os olhos ao amanhecer, Laura decidiu que dispensaria sua caminhada à beira mar. Pretendia ir dançar e isso bastava para deixá-la mais animada e feliz. Acordou Stella e juntas elas tomaram café da manhã antes de se arrumarem para um dia que prometia ser cheio de atividades. Stella teria aula de ballet enquanto a mãe se exercitaria na pole dance. Depois, juntas, elas ainda passariam no supermercado antes de voltarem para casa. A tarde seria de estudo e trabalho, mas, à noite, elas poderiam ficar agarradinhas no sofá enquanto viam um filme. Provavelmente algum desenho animado, dos muitos que a menina gostava e assistia repetidamente.

- Igual a noite das meninas, mamãe?

- É, quase isso. Porque nessa sexta-feira depois da escola você terá que ficar com Leonor e Martina. A mamãe tem médico e irá à Lisboa com o tio Massimo. Tudo bem?

- Tudo. – Na verdade, Stella adorava ficar na casa da amiga até mais tarde. – Posso levar minhas bonecas?

- Pode escolher duas e levar. Agora, veja se sua roupa do ballet está na mochila. Logo nós sairemos.

Elas praticavam atividades físicas numa grande academia da cidade, a melhor, e que dispunha de praticamente qualquer aula que desejasse, infantis ou adultas. Ali, Stella tinha as aulas de judô, caratê, natação e ballet. Enquanto Laura, além da pole dance, às vezes comparecia a aulas de danças variadas como salsa, samba ou tango.

- Boa aula, querida. A mamãe te busca daqui uma hora. – Beijou-lhe e entregou-a a professora, que logo iniciaria com o aquecimento e então correu para o andar destinado às danças e lutas adultas.

Apesar de por vezes fazer aulas coletivas, onde a professora ditava os movimentos e as alunas o reproduziam, em alguns dias ela preferia dançar sozinha. Colocou música instrumental para tocar, tirou o abrigo que usava sobre um top e short de ginástica, escureceu as luzes no lugar já que as largas janelas envidraçadas permitiam a qualquer um assistir o que fazia, e deixou-se levar pela barra vertical, fazendo movimentos livres, que não integravam nenhuma coreografia pré-preparada.

 Colocou música instrumental para tocar, tirou o abrigo que usava sobre um top e short de ginástica, escureceu as luzes no lugar já que as largas janelas envidraçadas permitiam a qualquer um assistir o que fazia, e deixou-se levar pela barra verti...

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Não gostava de fazer musculação, nem de praticar esportes coletivos, que, em geral, sempre lhe deixavam cheia de hematomas na pele clara. Por isso, desde muito jovem, quando a mãe deixou de lhe impor atividades e deixou que ela escolhesse as que preferia, sempre optou pela dança. Fez aulas de todo o tipo, do ballet clássico ao jazz, mas sempre preferiu as danças de salão e variava entre elas conforme seu humor mudava. Já adulta, conheceu a pole dance e encantou-se, para desespero de Tomasz. Para o pai, escorregar seminua por uma barra não era dançar.

Era sim uma prática muito sensual e servia muito bem quando desejava seduzir algum parceiro. Mas, também era mais do que isso. Tonificava seus músculos do abdome e pernas que era uma maravilha, além de alongar o corpo e lhe fornecer elasticidade. Saía de uma sessão com o corpo cansado, úmido de suor e com a cabeça mais leve. Era delicioso. Naquele momento, ela esquecia-se dos problemas e evitava pensar que em dois dias estaria diante da médica, tendo que se lembrar dos problemas de saúde. Naquele momento, era apenas ela e a barra, subia e deslizava lentamente, sentindo a pele aderir ao metal enquanto sua respiração tornava-se mais ofegante pelo esforço.

Novos Dias: a história depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora