Capítulo 32 - Epílogo

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Algum tempo depois...

Quando o despertador vibrou no móvel ao lado, Massimo não tardou a abrir os olhos. Aquele era um dia especial que estava começando. Laura completava 39 anos. Ainda assim, seu início seria exatamente como todo o alvorecer desde que a esposa veio para casa, após ser transplantada, mais de dois anos atrás. E também como iniciariam os demais dias pelo resto das vidas deles.

Ele saiu da cama, foi rapidamente ao banheiro e depois deixou o quarto, para espiar pelas portas semiabertas como as crianças estavam. Ambos dormiam serenamente. Então voltou ao quarto que dividia com a esposa, serviu um copo de água e pegou o medicamento que Laura tomaria, todos os dias, por toda a vida, às 6h e às 18h. Ele estava integrado à rotina deles.

- Bom dia. – Laura ouviu ele lhe dizer, estendendo o remédio e a água, assim que ela se sentou na cama. – Feliz aniversário!

Com o passar do tempo, ela havia desistido de lhe dizer que não precisava acordar tão cedo. Ela poderia levantar, tomar o remédio e voltar a dormir, sem despertá-lo. Mas ele parecia ter tomado para si aquela responsabilidade. Quando estava viajando, Massimo lhe telefonava às 6h da manhã, em ponto, para certificar-se de que ela estava desperta e tomaria o remédio. E durante a tarde também garantia que ela cumpriria a orientação médica com rigor no horário.

- Bom dia, amor. – Ela lhe respondeu e engoliu o comprimido.

Como era comum, eles não voltaram a dormir. Costumavam ir para a sacada do quarto e ver o sol nascer ou aproveitavam a casa no silêncio que apenas naquele horário existia. Depois que Stella e Vittorio acordavam, a paz era substituída pela barulhenta felicidade infantil. Seguiam morando na casa escolhida por Olga, anos antes, para receber uma amiga na época doente e relutante em vir à Itália. Não viram razão para se mudar, já que ela supria as necessidades da família.

A ala que no passado abrigara as necessidades médicas de Laura, agora fora dividida. Ali, hoje existia um escritório espaçoso, em que ambos tinham suas mesas de trabalho. Do outro lado haviam preparado um local destinado a exercícios físicos. Uma espécie de estúdio, em que Laura costumava dançar e Massimo lutar. Às vezes, um praticava seu exercício favorito enquanto o outro observava. A barra de pole dance e o saco de box conviviam amigavelmente.

O sol ainda oferecia seus primeiros raios de luz quando Laura disse que iria tomar banho, para despertar bem, antes do café da manhã e das crianças acordarem. Quando Massimo voltava da cozinha para o quarto, carregando uma xícara de café preto, ouviu-a desligar o chuveiro. Após pensar por um segundo, largou a xícara sobre a mesa, lamentando que a bebida fosse esfriar sem ser apreciada e seguiu ao banheiro. Abriu a porta e encontrou sua mulher vestindo um roupão atoalhado branco, na frente do espelho.

- Já está desperta, senhora Torricelli? – Provocou-a.

Caso não estivesse, ela teria ficado naquele instante. O banheiro cheio de vapor do seu banho quente pareceu aquecer ainda mais. Somente pela forma como ele a olhava, dizia exatamente o que queria. E ela fez questão de mostrar o quão interessada estava. Laura virou-se de costas para a pia e abriu o roupão deixando-o cair como uma nuvem felpuda a seus pés. Completamente nua, com um pequeno saltinho, sentiu-se sobre a bancada de pedra e afastou as pernas num convite que ele não precisava.

 Completamente nua, com um pequeno saltinho, sentiu-se sobre a bancada de pedra e afastou as pernas num convite que ele não precisava

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Novos Dias: a história depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora