Dessa vez, enquanto deixavam Lisboa após a consulta com a nefrologista, Massimo pensava que não poderia deixar para conversarem no futuro apenas quando os ânimos se acalmassem. A possibilidade de uma gestação de Laura se colocava entre eles de uma forma impossível de ignorar. Teriam de conversar seriamente e logo. E nenhum deles parecia disposto a ceder.
- Eu não quero falar sobre isso na frente de um estranho, Massimo. – Laura disse ao entrarem no carro. Foi quando ele se lembrou de que tinham vindo com motorista.
- Então você deveria ter falado comigo em casa, antes de fazer todos esses questionamentos à Madalena. – A irritação estava em sua voz. – Está bem, Laura. Falamos quando chegarmos.
Cansados e irritados, quando chegaram em casa eles ainda precisaram fingir estar tudo bem antes de Stella ir dormir. E o pensamento de cada um sobre a possível concepção, enquanto isso, ia se formando, baseada na irritação que sentiam. Ambos tinha certeza de estar com a razão.
- Você não precisa me olhar com esse ódio todo. Eu já entendi que não quer ser o pai do meu filho. – Laura afirmou assim que se viu sozinha com ele.
- Não é essa a questão, Laura! E você sabe. Não é a hora certa.
- Nunca será a hora certa. Você ouviu Madalena, agora ou depois de transplantada, sempre haverá risco.
- Mas agora é ainda pior, você está debilitada. Após o transplante, se esperarmos o tempo adequado, será mais tranquilo.
- E o "tempo adequado" é daqui quantos anos exatamente? Quando eu for velha o suficiente para desistir da ideia? – Ela estava irritada, buscando um argumento capaz de convencê-lo. – Eu podia simplesmente ter retirado o DIU e esperado a natureza agir e você saberia apenas quando eu já estivesse com um filho seu na barriga. E nem poderia reclamar porque não seria nada diferente do que você fez comigo, querendo me engravidar quando nos conhecemos.
- Tem razão, eu não poderia reclamar. – Ele teve de concordar, já que fez de tudo para engravidá-la logo que a sequestrou anos atrás. E tinha ficada imensamente feliz ao saber que Lucca estava dentro dela. – Mas a sua saúde estaria em risco. E essa é a questão. Não fosse isso, Laura, eu estaria disposto a te engravidar no instante em que você quisesse.
Era uma discussão que não levaria a lugar algum. Nenhum deles queria abrir mão do que achava certo.
- Laura, será que você não percebe que assim me obriga a escolher novamente entre o risco de te perder e a oportunidade de ter um filho? Não percebe a dor que me faz sentir?
- Não vai me perder. Pode não parecer, mas eu sou forte. Vou sobreviver. E nós teremos um bebê. – Ela via o desejo ganhando espaço no coração dele. – Por favor. Eu olho para você com Stella e vejo que não é justo você não ter filhos.
- Se for essa a razão, Laura, desista da ideia. Eu me sinto realizado como pai tendo Stella. Não se coloque em risco porque pensa que precisa me dar um filho.
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Novos Dias: a história depois do fim
FanficHistória baseada na série 365 Dias e no desgosto a respeito do final original. Sem crer que a trama possa terminar da forma como o terceiro livro se encerra, nos permitimos aqui dar uma nova chance a Laura e Massimo. Os acontecimentos do terceiro li...