Capítulo 20 - Negociação

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Dessa vez, enquanto deixavam Lisboa após a consulta com a nefrologista, Massimo pensava que não poderia deixar para conversarem no futuro apenas quando os ânimos se acalmassem. A possibilidade de uma gestação de Laura se colocava entre eles de uma forma impossível de ignorar. Teriam de conversar seriamente e logo. E nenhum deles parecia disposto a ceder.

- Eu não quero falar sobre isso na frente de um estranho, Massimo. – Laura disse ao entrarem no carro. Foi quando ele se lembrou de que tinham vindo com motorista.

- Então você deveria ter falado comigo em casa, antes de fazer todos esses questionamentos à Madalena. – A irritação estava em sua voz. – Está bem, Laura. Falamos quando chegarmos.

Cansados e irritados, quando chegaram em casa eles ainda precisaram fingir estar tudo bem antes de Stella ir dormir. E o pensamento de cada um sobre a possível concepção, enquanto isso, ia se formando, baseada na irritação que sentiam. Ambos tinha certeza de estar com a razão.

- Você não precisa me olhar com esse ódio todo. Eu já entendi que não quer ser o pai do meu filho. – Laura afirmou assim que se viu sozinha com ele.

- Não é essa a questão, Laura! E você sabe. Não é a hora certa.

- Nunca será a hora certa. Você ouviu Madalena, agora ou depois de transplantada, sempre haverá risco.

- Mas agora é ainda pior, você está debilitada. Após o transplante, se esperarmos o tempo adequado, será mais tranquilo.

- E o "tempo adequado" é daqui quantos anos exatamente? Quando eu for velha o suficiente para desistir da ideia? – Ela estava irritada, buscando um argumento capaz de convencê-lo. – Eu podia simplesmente ter retirado o DIU e esperado a natureza agir e você saberia apenas quando eu já estivesse com um filho seu na barriga. E nem poderia reclamar porque não seria nada diferente do que você fez comigo, querendo me engravidar quando nos conhecemos.

- Tem razão, eu não poderia reclamar. – Ele teve de concordar, já que fez de tudo para engravidá-la logo que a sequestrou anos atrás. E tinha ficada imensamente feliz ao saber que Lucca estava dentro dela. – Mas a sua saúde estaria em risco. E essa é a questão. Não fosse isso, Laura, eu estaria disposto a te engravidar no instante em que você quisesse.

Era uma discussão que não levaria a lugar algum. Nenhum deles queria abrir mão do que achava certo.

- Laura, será que você não percebe que assim me obriga a escolher novamente entre o risco de te perder e a oportunidade de ter um filho? Não percebe a dor que me faz sentir?

- Não vai me perder. Pode não parecer, mas eu sou forte. Vou sobreviver. E nós teremos um bebê. – Ela via o desejo ganhando espaço no coração dele. – Por favor. Eu olho para você com Stella e vejo que não é justo você não ter filhos.

- Se for essa a razão, Laura, desista da ideia. Eu me sinto realizado como pai tendo Stella. Não se coloque em risco porque pensa que precisa me dar um filho.

 Não se coloque em risco porque pensa que precisa me dar um filho

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