Talvez fosse pela felicidade que reinava. Ou então pela expectativa de boas notícias. O fato é que o estado de saúde de Laura parecia ter melhorado nas últimas semanas. E, quando ela se pesou, tinha ganho algumas gramas. Para a satisfação da médica e do acompanhante de todas as consultas. Naquele primeiro mês sem DIU, ela não havia conseguido conceber. Mas isso já era esperado e não gerou nenhuma frustração. Tinham que dar mais tempo ao seu corpo. Além disso, não viam problemas em seguir tentando.
Na semana seguinte receberam os resultados dos testes de compatibilidade. E como a lógica indicava, a maior probabilidade positiva foi encontrada com o irmão. Quando chegasse a hora, seria possível que Jakub doasse à Laura um rim e colocasse fim a todo o sofrimento causado pela doença. Massimo ficou mais tranquilo com aquele resultado, era uma rota segura de fuga que lhe surgia. Infelizmente, não seria possível ele pessoalmente oferecer a cura a ela já que geneticamente não eram compatíveis, mas poderia certificar-se que o transplante ocorreria no momento adequado e nenhum minuto mais tarde.
Um sentimento de paz e de esperança reinava entre eles. Sabendo que teria de viajar por dois dias para finalizar alguns negócios, Massimo trouxe Laura e Stella para passarem a noite anterior ao embarque com ele, no apartamento. Quando a menina dormiu no quarto que já lhe era habitual, os dois adultos foram tomar banho juntos, sabendo como aquilo terminaria.
Conheciam-se bem demais para deixar-se levar por qualquer constrangimento e, para Laura, colocar-se ajoelhada à sua frente e chupá-lo não causava vergonha alguma. Adorava a sensação de poder que isso lhe trazia, ao vê-lo perder o controle. Era quando ela via surgir o antigo Massimo, que a segurava pelos cabelos e a fazia acelerar o ritmo quando estava chegando ao pico de prazer. E que, depois, não gostava de ser beijado nos lábios, para não sentir o próprio sabor.
- Essa sua boca ainda vai me matar. – Ele reconheceu, louco para também fazê-la gritar e dar-lhe do que lembrar nos dias de ausência.
Quando saíram debaixo da água, ele a secou e vestiu num roupão macio. Ao atar o cinto atoalhado envolto da cintura dela, lembrou de tantas coisas feitas no passado. A primeira vez em que tocou Laura intimamente, ela estava vendada e tinha as mãos atadas com o cinto de um roupão. Naquele dia ela não se rendeu. Mas ele já sentia o quanto ela o desejava. Laura o viu tocando o cinto e sabia no que ele pensava, o que planejava. Isso a fez enrijecer os músculos. Não conseguiria. Apesar de lembrar o quanto de prazer ele já tinha lhe oferecido ao atar-lhe as mãos, também tinha recordações de quando a amarrou tendo objetivos bem mais agressivos.
- Não quero que me amarre. Nunca. – Disse-lhe em tom baixo, mas claro, sem margem à negociação. – Não me sinto confortável com isso.
- Está bem. – Ele afastou as mãos de sua cintura e passou a afagar seu rosto. A razão lhe doía. Porém, entendia que ir ao longo do tempo suavizando as marcas que deixou nela era uma função sua e da qual não poderia se esconder. – Eu não preciso de amarras. E adoro sentir as suas mãos em mim.
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Novos Dias: a história depois do fim
FanfictionHistória baseada na série 365 Dias e no desgosto a respeito do final original. Sem crer que a trama possa terminar da forma como o terceiro livro se encerra, nos permitimos aqui dar uma nova chance a Laura e Massimo. Os acontecimentos do terceiro li...