Capítulo 29 - Vida e morte

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Naquela manhã o céu da Sicília amanheceu cinzento. Massimo viu, pela janela do hospital, o dia suceder a noite, mas o sol não raiar com força. E os olhos de Laura seguiram fechados, apesar do relógio mostrar que já passavam das 7h50min. Ultimamente, ela vinha despertando antes disso. Mas hoje ainda aparentava sono pesado. Com toda a certeza, um reflexo da droga que o homem havia lhe dado. Para quê? Qual o objetivo de lhe apagarem daquela forma?

Logo que chegou ao hospital, depois de transferir Stella para a cama dela, tinha conseguido conversar com Mario rapidamente. O disparo lhe atingira no ombro e ele estava naquele momento em observação após ter passado por uma cirurgia. Nada grave, lhe garantiu a médica que tinha retirado a bala, que ficara alojada próximo da clavícula. Ele iria se queixar de dor por algum tempo, mas iria se recuperar. Ainda antes de ser operado, os dois homens conseguiram trocar algumas palavras.

- Obrigado, Mario. Você salvou a minha vida ao proteger Laura e meu filho.

- O homem disse que a levaria para um exame. Então não estava ali para matá-la, iria tirá-la do hospital. – O conselheiro lhe disse, sempre atento aos detalhes.

- Querem meu filho. – Massimo deduziu.

- Pegaram o homem?

- Sim. – E ele já estava no lugar para onde, em geral, quem era levado não sobrevivia. – Descanse, Mario. Eu vou resolver.

Mas não tinha pressa

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Mas não tinha pressa. As horas preso faziam parte da tortura. Aquele homem não sairia de onde estava até que ele assim resolvesse. Então passou a madrugada observando Laura dormir. E agora ansiava por ver-lhe abrir os olhos. Só isso traria mais cor ao dia nublado. Foi apenas quando ela enfim acordou que ele realmente pode crer na equipe médica e ter certeza que ela nada sofrera.

- Você já está aqui? – Foi a primeira frase dela ao abrir os olhos. Só depois ela tentou sentar-se na cama hospitalar. – Nossa...me sinto...estranha, parece que dormi mais do que apenas uma noite.

- Bom dia, amor. Deve ser pelas medicações. – Não queria que ela soubesse por enquanto do que ocorrera para não ficar nervosa. Um dia lhe revelaria tudo. – Sente algo de diferente?

- Não. Tudo bem.

- Ótimo, vou ajudá-la a sair da cama.

Ele a levou até o banheiro, onde ela pôde lavar o rosto e escovar os dentes, além de escovar o cabelo. Fazer xixi não era mais uma necessidade matinal já que o rim não funcionava. Depois, ela tomou o café da manhã. Não tinha vontade alguma de comer, mas o fazia pelo bebê.

- E o seu café, senhor Torricelli? Não pode ficar aqui sem se alimentar. Logo terá uma criança para embalar e trocar as fraldas, não se esqueça. – Ela o provocou.

- Eu estarei forte o bastante para cuidar de meu filho, não se preocupe. – Apesar do tom de brincadeira, ele sabia haver verdade naquilo. Laura estava muito debilitada para cuidar de um recém-nascido. E, depois de ter perdido todo o princípio de vida de Stella, simplesmente entregar o filho para uma babá cuidar lhe parecia absurdo. Teria ajuda, é claro. Mas ele zelaria pessoalmente pelo filho.

Novos Dias: a história depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora