Capítulo 13 - Cicatrizes

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Já fazia praticamente duas semanas que Massimo estava de volta à vida de Laura e isso a esta inervando. Era estranho poder encontrá-lo no posto de combustível ou no shopping e simplesmente dizer boa tarde e seguir com o dia. Ele estava...diferente. Parecia que o tempo tinha conseguido acalmar toda aquela energia explosiva que ele carregava. Estranhamente, ele não tinha tentado lhe impor nada.

Mesmo assim, estava conseguindo se aproximar delas. E essa aproximação a assustava. Tinha medo de acabar nos braços dele novamente e, mais cedo ou mais tarde, sofrer quando o monstro que existia dentro dele voltasse a acordar. Não podia se permitir isso. Não quando Stella seria atingida por qualquer erro que ela viesse a cometer.

- Você tem medo dele, Laura? – Olga lhe perguntou, quando conversaram sobre tudo o que acontecia.

- Sim, não consigo evitar. Não desse homem que apareceu aqui e que parece ser calmo, charmoso e...o cara que eu amei. Mas de quem ele se transformou depois, sim.

- Ele ficou agressivo?

- Não. – Só que ela ficava esperando esse momento chegar. – Na verdade ele parece satisfeito em estar aqui, apenas perto de nós. Parece feliz. Mas até quando? Eu não consigo entender o que ele espera de mim.

- Nem eu, Laura. Há vários anos eu desisti de tentar entender Massimo. Ele vem mudando muito, nos últimos tempos. – Olga tinha receio de incentivar Laura a confiar no ex, porque se no futuro algo de ruim acontecesse, iria se sentir culpada. – Será que ele, realmente não pode apenas querer cuidar da sua saúde? Te ajudar, talvez pra minimizar o que fez de ruim?

- Eu não quero a pena dele.

- Eu acho que pena, Laura, é o último dos sentimentos que você desperta nele. – De repente, Olga ligou o foda-se e disse o que estava em sua mente. – Laura, ele imaginou você por cinco anos, então te teve por alguns meses e ferrou com tudo, é verdade. Só para então te perder e passar os cinco anos seguintes solitário. Por que nem uma namorada firme ele teve nesses meses, só comendo vagabundas esporádicas. Algumas um tesão de tão gostosas, é verdade. Mas ele nunca se envolveu de verdade com alguém. Faz onze anos que você domina os pensamentos dele, Laura. Você tem todos os motivos do mundo para não querer ele, mas, o fato é que esse homem te ama.

Ouvir aquilo, no nível de sinceridade que só Olga era capaz, fazia o peito de Laura se apertar. As coisas não eram simples assim. E ela não queria se deixar levar. Não tendo Stella para proteger.

- Eu não posso. E não vou me envolver com ele novamente.

- Tá bem, eu entendo. Então, sugiro que você encontre alguém para foder bem gostoso porque, se bem me lembro, sua buceta fica animadíssima perto do pau dele. Se não tratá-la bem, ela pode discordar dos seus planos.

- Ela anda bem...preguiçosa, nos últimos tempos. – Mas ela não estava a fim de explicar nem mesmo para sua melhor amiga que sua libido andava adormecida. Então mudou de assunto. – Me fale do bebê, como está a gravidez?

- Tudo ótimo. Mas não conte ao Domenico. Eu finjo que estou enjoada e fraca, então ele se derrete em mimos. Estou com 10 semanas, logo vou poder viajar e então vou te visitar. Quero começar o enxoval aí com você.

- Já sabe se é menino ou menina?

- Não. Mas nós montamos dois enxovais e depois doamos o que eu não for usar! – Olga disse, provando que ser rica era a sua principal diversão. – Estou com saudade de fazer compras com você.

- Também. Vou desligar...

- Não, espera. Está se sentindo bem, Laura? Se não me falar, ligo para o Massimo e peço um relatório.

Novos Dias: a história depois do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora