Como olhar para uma estrela

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No dia seguinte o Alcor partiu sob forte chuva. Juza e Kazuha tentaram dissuadí-la de sair com tal tempo mas tempestades eram justo onde Beidou brilhava. Ela não tinha uma visão electro a toa. E não tinha medo de uma chuvinha. Eles atravessavam a tempestade divina de Inazuma, pelo amor dos arcontes. Bem, teriam que atravessar outra vez para buscar o tesouro.

-Encarem como treino, pessoal. Vamos voltar à Inazuma.

A capitã estava na proa, orgulhosamente desafiando as ondas e os ventos. O espirro do mar fustigava sua pele, o vento sacudia seus cabelos e isso lhe fazia sentir verdadeiramente viva. O resto da tripulação, vendo a cena também se animou, agarrando as cordas da vela e desfraldando-a por completo para subir uma onda enorme. O navio bateu na parede que subia, lançando água salgada por todo convés.

Beidou lembrou do pedido de Ningguang,

"Não morra"

Claro que não ia morrer, ela era a rainha do mar e dos dragões. Até as tempestades se curvavam à sua vontade.

A meio do caminho para a nação insular, a tempestade deu uma trégua apenas para respirarem antes de entrar na verdadeira Tempestade. A célula tempestuosa que envolvia Inazuma realmente era algo que poderia se dizer divino. O poder da Arconte Electro puro e selvagem, castigando o mar com descargas elétricas destruidoras.

A tripulação já estava acotumada porém, e driblaram todo aquele poder cru sem muitos problemas. Passada a tempestade, as águas internas de Inazuma eram bastante calmas. O céu estava com poucas nuvens e o vento soprava favorável de forma que pouco tempo depois estavam nas imediações da tal ilhota.

-É isso aí pessoal, peguem suas armas. Não sabemos o que nos espera. Estamos terrivelmente perto daquela ilha que parece mal assombrada. Aquele lugar me da arrepios.

Atracaram na praia em barcos menores e sairam em exploração. A ilhota era extremamente silenciosa. Estranho. Juza chamou do outro lado do miolo principal da ilha.

-Aqui! Tem uma caverna!

Beidou correu até lá, mas algo no clima daquele lugar a deixava ansiosa. Juza caminhou para entrar na caverna e a capitã sentiu um frio na espinha. Por instinto ia gritar para ele parar mas não houve tempo. Criaturas vagamente caninas surgiram aparentemente do nada, rosnando e brilhando em roxo.

"Mas que diabo é isso?" ela pensou. As criaturas lhe davam arrepios. Algo lhe dizia que eram bastante perigosas. O mais próximo de Beidou atacou e ela levantou seu escudo electro para bloqueá-lo mas em vez de ver a criatura bater na parede eletrificada sentiu uma dor aguda no braço. Ao olhar, havia um feio arranhão que sangrava. Seus olhos se arregalaram.

- Escudos não adiantam! Cuidado!

O arranhão pareceu drenar suas forças muito mais que um ferimento normal.

"Nada bom" pensou, com uma ponta de medo no estômago. Não se deixou abater entretanto, girando sua espada com toda força e habilidade que tinha utilizando electro e desviando para não deixar que as criaturas caninas lhe atingissem.

Ofegando, os braços doendo mais rápido do que o normal, Beidou deixou a espada cair pesada sobre a areia. Suor escorria em sua testa.

"Merda", pensou. Nunca tinha enfrentado algo desse tipo. A tripulação ainda lidava com duas criaturas e a terceira virou-se para a capitã. Beidou respirou fundo, tentando concentrar-se em desviar e atacar em seguida.

Dois Lados da Mesma MoedaOnde histórias criam vida. Descubra agora