Anã vermelha

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Nota: para os leitores antigos, um zilhão de anos depois: modifiquei totalmente este capítulo e acho que vcs perceberam que eliminei o cap. 4.5. Acho que faltava algo no meio entre os antigos caps 4 e 5 e aí está :)


Depois do incidente com a Câmara de Jade Beidou percebeu que as pessoas estavam ainda mais reverentes à Ningguang. Não somente ela era a líder da nação como sua maior heroína.

"Pft, como se ela precisasse ser ainda mais foda" pensou. Entretanto, os últimos aconteciementos mexeram com a capitã de uma forma bastante inesperada. Inconscientemente, ela procurou a Câmara de Jade no céu em seu lugar costumeiro apenas para encontrar o espaço vazio. Ningguang havia se recolhido fora das vistas. Já fazia uma semana que não a via. Estava começando a ficar preocupada. Sabia que o baque tinha sido terrível e ela estava de luto mas uma semana sem nenhuma notícia começava a ser preocupante. Ela nunca estava no Pavilhão Yuehai e a capitã chegou até mesmo a procurá-la na nova mansão que adquirira no Terraço Yujing mas era sempre recebida pelas secretárias com palvras de que Ningguang estava ocupada demais e não queria receber visitas.

Os Milellith e voluntários estavam fazendo várias buscas em Guyun atrás de coisas que pudessem ser encontradas do falecido prédio e por incrível que pareça muito foi resgatado. Assim como muito também não foi devolvido por alguns "voluntários" atrás dos tesouros de Ningguang. Bem, Beidou preferia deixar esse trabalho na mão deles por enquanto.

Olhou novamente para o céu, e o terrível sentimento de que faltava algo afundou em seu estômago novamente. Com um suspiro, Beidou decidiu subir mais uma vez ao Terraço Yujing para tentar ver como Ningguang estava. Nem que precisasse recorrer a métodos menos ortodoxos.

Não foi surpresa deparar-se mais uma vez com a fala ensaiada de que Ningguang não estava recebendo ninguém e mesmo após insistir, Baishi acabou fechando a porta na sua cara. Sim, agora ela sabia reconhecer Baishi porque a secretária era sempre a mais insistente e a que menos gostava de Beidou. Era hora de jogar com armas mais pesadas. Com o cair da noite, Beidou escalou o monte Nantianmen e pulou com o planador até uma das sacadas do casarão. Agora ela não sabia mais seus caminhos como na Câmara de Jade, tinha que tentar se guiar por sorte ou tentativa erro. Não era muito tarde mas as luzes estavam quase todas apagadas. No segundo andar, havia um cômodo aberto de onde vazava luz. Aparentemente, o escritório aberto era uma coisa que a Tianquan apreciava. Beidou tinha medo de ela não estar ali porque se não estivesse não sabia mais onde procurar. Com apreensão também pela reação da outra, a pirata adentrou o aposento.

Era menor do que o escritório da Câmara, mas a disposição dos itens era semelhante. À sua frente, estava uma grande mesa de madeira acanelada, com uma montanha de papéis sobre ela. Haviam mais coisas no chão, pergaminhos desenrolados. Isso não era nem um pouco típico. No meio de tantas coisas estava Ningguang, deitada sobre um pergaminho. O coque do cabelo estava torto e bagunçado, ela não usava seu típico qipao mas um robe de seda cor de champagne. Por um lado suspirou de alívo, mas por outro a imagem a preocupou. A Tianquan dormia em sua mesa, uma pena na mão, a respiração calma, mas as sobrancelhas franzidas, como se estivesse tendo um sonho ruim.

- Tsc – Beidou fez e sacudiu a cabeça enquanto dava a volta na mesa para tirar a pena de sua mão.

Ningguang resmungou, mexendo-se. Seus olhos abriram devagar e confusos. Quando conseguiu focar no que havia a sua frente, a cabeça da Tianquan levantou de um salto e seus olhos cor de brasa olharam a capitã. Ela tinha olheiras fundas e sobre seu rosto emaciado -ela parecia ter emagrecido – sua pele pálida parecia quase transparente. Ela franziu o cenho.

-Beidou? O que está fazendo aqui? Como você entrou?

A rainha do mar coçou a nuca, se aproximando.

Dois Lados da Mesma MoedaOnde histórias criam vida. Descubra agora