E então, chega a chuva

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No dia seguinte Beidou acordou de melhor humor ainda. Kazuha não deixou de perceber e teve que ir até ela.

-Você parece de ótimo humor hoje.

-E estou Kazuha, o dia está lindo, a brisa do mar sopra suave e hoje vou abastecer meu rum.

-Será que não tem a ver também com uma certa Qixing de cabelos brancos?

-Não é da sua conta Kazuha, hoje você não vai me irritar. – disse, passando por ele e pensando em tomar café no restaurante Wanmin.

Chegando lá, viu com alegria que Xiangling estava na cozinha.

-Ei Xiangling!

-Beidou! – ela virou-se, animada como sempre. – Voltou rápido dessa vez. Qual seu pedido de hoje?

-Eu precisava de uma folga e a tripulação também. O Alcor também precisa de reparos. Eram meus planos da última vez mas achei melhor adiar.

-Problemas com a Ningguang outra vez?

-Tsc, pode-se dizer que sim. Ah, eu vou querer uma carne de mora, por favor.

Conversaram outras amenidades durante o café, receitas novas de Xiangling e os preparativos do Festival de Caça à Lua deste ano. Depois, Beidou desceu ao porto e sentou-se próxima ao píer. Gostava de ver a movimentação de navios e comerciantes. Percebeu uma certa comoção ao seu lado e viu que ninguém menos que Ningguang chegava ao píer, na direção do navio mais próximo. A capitão lembrou que ela havia mencionado que iria ver uma carga de plaustrite – a pedra flutuante que servia de base para a Câmara de Jade. Era um minério raro e ela já estava em busca dos materiais pra reconstrução do prédio. Bem, isso seria um entretenimento. Beidou teve a oportunidade de ver Ningguang negociar outras vezes e a mulher era dura na queda.

Observou enquanto a Tianquan caminhava na direção do navio com uma sombrinha e uma de suas secretárias atrás. O dourado de seu vestido brilhava na luz e ela se movia como um poema, tão elegante e com uma presença poderosa que era impossível não acompanhar. Beidou não conseguia escutar o que se passava, mas dois homens a receberam no píer, ambos muito reverentes, enquanto baixavam uma caixa a sua frente. Os homens abriram a caixa para revelar um grande pedaço de pedra cinzenta com veios esverdeados.

Ningguang fechou a sombrinha e entregou à secretária, circulando a pedra, examinando-a. Em dado momento, sacudiu a cabeça. Os homens pareceram tentar convencê-la de algo e sua resposta foi um movimento de mão que quebrou a pedra em dezenas de pedacinhos.

"Uau" a capitã não pode deixar de pensar. A mulher era tão elegante e fina que as vezes esquecia o quão poderosa Ningguang era fisicamente também.

Os homens pareceram entrar em pânico e logo estavam pedindo desculpas à Tianquan, um deles quase caindo de joelhos. Ela pegou sua sombrinha, abriu-a, dizendo mais alguma coisa para os homens e saiu, nobre e orgulhosa. Beidou estava impressionada e...atraída. Sentiu o rosto esquentar.

"Mas que porra" pensou, tentando evitar que seus pensamentos ficassem ainda mais doidos.

......

Mais tarde no mesmo dia, Beidou estava rodando em sua cabine, arrumando o ambiente para seu jogo de xadrez com Ningguang. Ou talvez ela preferisse ficar no convés e apreciar a vista? Saiu ao convés pensando onde a mesa ficaria melhor mas não teve muito tempo para pensar.

-Capitã, a Tianquan está aqui para vê-la!

Beidou virou-se na direção da voz de Juza e já via Ningguang subindo a ponte.

Dois Lados da Mesma MoedaOnde histórias criam vida. Descubra agora