Um brinde ao novo

443 50 27
                                    


As ondas batiam contra o casco do navio e o vento inflava as velas vermelhas impulsionando a galé para frente com grande velocidade. A tripulação estava satisfeita de estar no mar outra vez, assim como sua capitã. Desta vez, tinham uma entrega importantíssima para Watatsumi. Foi uma surpresa a carta pedindo ajuda, Beidou achava que a ilha seria logo anexada outra vez à jurisdição de Inazuma. Entretanto, as coisas ainda estavam esquisitas e se bem lembrava como Sangonomiya era, ela não aceitaria um acordo que fosse desfavorável. Beidou imaginou que por conta disso, o Shogunato ainda não tivesse reestabelecido as rotas comerciais.

Cada um joga com as cartas que tem numa guerra, até mesmo para negociar o fim dela. A comissão Tenryou não era nem um pouco mole ou ingênua. A general deles, Kujou, era bem durona como Beidou bem lembrava. As negociações provavelmente estavam se estendendo por semanas e finalmente precisaram pedir ajuda. Bem, como a capitã do Alcor poderia negar um pedido desses?

Ela olhou para trás, para o porto de Liyue e para o espaço vazio onde uma vez flutuava a Câmara de Jade. Beidou honestamente não tinha muita vontade de deixar Ningguang depois do momento que ambas dividiram dois dias atrás. Cada vez mais a mulher lhe dava esperanças e ela finalmente estava disposta a pagar para ver. Contudo, esse pedido de Watatsumi não poderia ser ignorado de forma alguma.

Suspirando, Beidou deixou suas divagações para trás e voltou aos seus afazeres. Seria uma semana mais até que pudesse ver Ningguang de novo.

..............

A tempestade divina que cercava Inazuma ainda estava ativa. Apesar do Decreto Sakoku estar com os dias contados, ainda não tinha sido oficializado seu fim. Estava mais calmo do que o normal porém. Havia chuva, vento e mar revolto mas bem menos do que já tinha sido no auge do Decreto.

-Huh – Furong parou ao lado de Beidou – Parece mais calmo.

-É – Beidou respondeu observando ao longe, o cenho franzido. Aprendera a não confiar em calmarias, ainda mais nestas águas. – Mas não baixem a guarda. Em frente para Watatsumi.

Sabia que a ilha era a mais a oeste, mas nunca tinha estado lá de fato. As rotas que tomava de Liyue para Inazuma ou de Inazuma para o Porto de Ormos em Sumeru não passavam pela ilha. Apenas a via à distância. Então, quando finalmente aproximou-se do pedaço de terra, achou-a muito estranha. Era uma ilha rasa, sem nenhum relevo.

Ancoraram na face que carta dizia ser mais próxima do principal vilarejo da ilha. Na praia, um jovem com orelhas de cão esperava o desembarque.

- Gorou! – Beidou cumprimentou – Bom vê-lo outra vez! Sem ser numa batalha, principalmente.

-Capitã Beidou, que bom que está aqui! Os soldados viram suas velas vermelhas e me avisaram. E devo dizer, foi uma sorte terem chegado logo hoje.

-Hm, por quê?

-As negocições de paz estão ocorrendo agora. Mais uma, quero dizer. Vossa Excelência espera que desta vez dê tudo certo. Lumine foi com ela. Dessa forma, a comissão Tenryou vai ficar concentrada no local das negociações e nós podemos realizar a nossa negociação sem problemas.

-Ah, perfeito. Não gostaria de topar com um exército de samurais do shogunato. Mesmo que a paz esteja próxima, é melhor não abusar. E você disse que Lumine está lá com Sangonomiya? Heh, essa garota está em todas as ocasiões importantes.

-Mhm – ele fez – Ela é muito capaz. Enfim, podemos descer à vila Borou para finalizar o negócio?

-Claro. Meu pessoal vai descarregar as coisas. Deixe-me só buscar minha contadora.

Dois Lados da Mesma MoedaOnde histórias criam vida. Descubra agora