Quando o raio encontra a terra

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Nota inicial: Primeiramente, boa noite. Segundamente, aproveitem


Dias depois o Alcor singrava as águas continentais de Liyue, o sol da tarde brilhava no mar e os epirros das ondas fustigavam o rosto da Rainha do Mar. Ela adorava o momento da volta em que viam a costa e os marinheiros colocavam força renovada em suas tarefas. Quando o vento estava bom, se aproximavam com grande velocidade. Kazuha se pendurava no mastro, os olhos fechados aproveitando a maresia.

Acabaram atrasando a viagem alguns dias para buscar uma carga em Ritou. Matar dois patos com uma espadada só, a capitã diria. Alguns comerciantes de Liyue pagavam bem por produtos exóticos de Inazuma como melões de lavanda e ervas naku. Afinal já que estavam por ali não fazia mal fazer uma parada.

Dessa forma, depois de quase duas semanas no mar, Beidou, no timão, já enxergava o porto de Liyue aumentando à distancia. A luz da tarde nos telhados com um brilho dourado era uma visão reconfortante. Mal esperava para pisar em terra de novo, ir ao restaurante Wanmin e beber umas cervejas comendo a carne frita com pimenta de Xiangling. E também, mal esperava para poder ver Ningguang de novo. Direcionou o navio para a doca reservada para reparos da Frota Crux, quase já conseguia ouvir o burburinho do porto e sentir o cheiro dos restaurantes quando o vigia do mastro gritou-lhe:

-Capitã, vem um barco de assistência aí!

"Ora, que estranho" ela pensou "será que tem algum problema?"

O pequeno barco de serviço encostou a bombordo do Alcor e o marinheiro gritou para Beidou, que esperava na amurada.

-Capitã Beidou, por ordem da Tianquan dos Qixing de Liyue a Frota Crux deve atracar o navio na Doca 10.

-O quê?! – Beidou gritou, confusa. Sua ansiedade em ver a Tianquan tinha se tornado irritação. Sentiu-se patética de sentir falta da mulher e assim que chega à cidade, isso acontece. Ningguang tinha tirado o direito dela de usar a melhor doca do porto e atirou-a para a doca mais distante e difícil de atracar? Que diabo ela estava tentando fazer?

Alguns tripulantes estavam olhando para ela esperando ordens e confusos com isso pois Ningguang tinha especificamente reservado a doca 2 para eles.

-Vamos para a Doca 10 pessoal. Deixem que eu me entendo com a Tianquan. – ela disse com deboche e saiu com raiva, os punhos apertados. Ningguang não podia fazer isso. Sabia que devia ser uma punição de algum tipo mas nem mesmo sabia o que era. Ela ia ouvir umas poucas e boas.

......

Assim que pisou em terra e preencheu os formulários de declaração de carga do Ministério de Assuntos Exteriores de qualquer jeito e talvez até com umas respostas malcriadas foi direto ao terraço Yujing adentrando o prédio dos Qixing.

-Capitã Beidou, não pode entrar assim aqui! Você tem hora marcada? – uma das secretárias de Ningguang tentava pará-la, tentando interpor-se na sua frente.

-Que se foda horário marcado, a Ningguang vai me receber de qualquer jeito. Sai da minha frente Bai... – ela olhou para a secretária tentando lembrar qual delas era, sem sucesso - Bai-alguma-coisa!

Afastou a secretária para o lado e a mulher tropeçou nos próprios pés. Beidou estava tão enfurecida que ela até desistiu de impedí-la.

-Ningguang! - ela entrou tempestuosamente na sala para encontrar...ninguém.

"Essa desgraçada não está aqui, mas eu não vou sair até ela falar comigo"

Dois Lados da Mesma MoedaOnde histórias criam vida. Descubra agora