Não você

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Meses se passaram e Beidou estava totalmente curada dos ferimentos. O Alcor voltou a singrar os mares completando comissões e levando mercadorias para todas nações. Após meses em viagem em Sumeru, a tripulação ficou feliz em voltar para casa, seguindo a direção da Câmara de Jade como uma estrela guia.

Encontraram, porém, uma situação extremamente complicada. Com o assassinato de Rex Lapis, o Arconte Geo, Liyue mergulhou em tempos caóticos. Durante a investigação, os Quixing ordenaram o fechamento da cidade e estavam até o pescoço afundados em cobranças da população e uma tensão tão espessa que seria possível cortar com uma faca. Com tantos problemas em terra, as viagens mais longas de Beidou no mar foram suspensas. A capitã decidiu ficar por perto caso necessário. E é óbvio que Ningguang enfiaria ela nas investigações.

Por fim, com a ajuda de uma viajante de longe, as pistas apontaram que os Fatui eram culpados pela morte do Arconte e pelos aconteciementos caóticos que se seguiram. A Viajante descobriu que eles estavam fabricando selos Adepti...por algum motivo obscuro. Beidou ficou apreensiva. Nada do que a organização de Snezhnaya estava metida dava em boa coisa. Dessa forma, Ningguang pediu para que a Frota Crux patrulhasse as águas continentais do Porto de Liyue para impedir qualquer Fatui de chegar ou sair da cidade por mar. E neste dia, ela estava particularmente tensa quando falou com Beidou mais cedo sobre o plano. Por algum motivo, a marinheira sentiu que havia algo que ela não estava contando.

A noite já caira e Beidou estava sentada na grande figura de proa do Alcor com um sentimento estranho de que alguma coisa estava para acontecer. A patrulha no mar até agora estava terrivelmente inóspita. Nenhum barco, nenhum movimento, nada.

"O ar está extermamente calmo. Uma tempestade vem aí." Pensou.

Como se tivesse sido uma premonição, alguma criatura massiva bioluminescente passou por debaixo do navio, rumando em grande velocidade para o Porto. Que diabo que Ningguang tinha dito mesmo? Algo sobre libertar a fúria de um deus?

"Ah, merda" Beidou pensou, um suor frio se instalando na espinha.

-Capitã, a senhora viu isso? – gritou o vigia de cima do mastro. Ela nem respondeu, já se adiantando.

-Toda velocidade para Liyue agora! Vão vão vão! – gritou para a tripulação, já correndo ao timão - Içar todas as velas, toda a força nesses remos!! Eles vão precisar de toda a ajuda que puder.

"Como caralhos eles pensam em se defender de um deus? " pensou, cruzando os dedos mentalmente, torcendo para que conseguisse chegar a tempo de ajudar. Ela viu então um brilho dourado com um farol passeando, flutuando pelo céu noturno na direção de Guyun. A Câmara de Jade. Ningguang pretendia interceptá-lo lá antes que chegasse ao porto.

"Ela é completamente maluca" pensou, ssentindo friio na espinha vendo a cena se desenrolar enquanto o Alcor subia e descia em meio as ondas agitadas.

Mas é claro, o Deus do Vórtice tinha outros planos. O céu fechou por completo em pesadas nuvens negras. Uma fortíssima tempestade assolou o mar e produziu ondas massivas como o Monte Tianheng, redemoinhos e trombas d'água, impedindo o navio de se aproximar. O vento, chuva e ondas lançavam a galé de lado e eles precisavam corrigir a direção para pegar as ondas de frente e não virar destroços na tempestade. Tudo que Beidou podia fazer agora era torcer e assistir através de espirros de onda, raios e nuvens a batalha que se desenrolava entre a Câmara de Jade e o deus-serpente de múltiplas cabeças.

De início as coisas pareciam estar indo bem. Um brilho dourado e azul surgiu a frente da Câmara e em algum lugar de sua mente Beidou registrou que aquilo deveria ser obra do poder Geo de Ningguang. Uma chuva dourada recaiu sobre a criatura. Tiros.

Dois Lados da Mesma MoedaOnde histórias criam vida. Descubra agora