Capítulo 3

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Com os olhos brilhando como prata sob a luz do luar, ela examinou com a mesma objetividade imparcial de antes. Mais uma vez, Camila a avaliou da cabeça aos pés, mas dessa vez seu olhar se concentrou mais no que havia no meio do caminho.

Um pouco tardiamente, Lauren percebeu que o vestido leve estava colado em seu corpo como uma segunda pele. Como Dean levara um bom pedaço do corpete para o lago com ele, ela só podia esperar que os restos de seu sutiã e sua calcinha escondessem mais do que revelassem. Tinha certeza de que a brisa fria arrepiara seus mamilos, juntamente com o resto de seu corpo.

Pensando nos olhos enigmáticos da estranha em seus seios, Lauren esfregou os dedos sobre o tecido amassado. Pela segunda vez naquela noite, ela sentiu algo diferente subindo pela espinha. Não era simplesmente atração. Não era exatamente curiosidade. Era mais uma percepção que a dominava em um nível subconsciente e a deixava desequilibrada.

Com algum esforço, ela controlou um impulso instintivo feminino de cruzar os braços sobre os seios. Não tinha esta consciência sobre seu corpo desde que posara para o colega da turma que implorara para tirar algumas fotos dela e acrescentar ao seu portfólio. Aquelas fotos deslancharam sua carreira e a de Dominic, e Lauren se livrou de sua modéstia pudica sob as lentes daquela câmera. Ou assim ela pensava.

Quando ela finalmente olhou para o rosto dela, seus olhos tinham um predatório brilho que Lauren reconhecia bem. Ela sentiu um leve desapontamento.

Mais cedo, a indiferença fria daquela mulher a tinha intrigado quase tanto quanto sua gravata. Por alguns momentos, ela pensou que a estranha fosse diferente. Que não se importasse com aparência. Ela se permitira acreditar que ela estava tentando ver além de sua imagem quando lhe lançou aquele olhar gelado.

Elan não estava indiferente agora, se é que aquela pequena chama de interesse fosse alguma indicação. Dizendo a si mesma ser uma louca por estar desapontada porque uma pessoa apreciava a aparência que ela lutava para manter perfeita, Lauren levantou o queixo.

- Não creio que nos conhecemos.

- Não, não nos conhecemos.

Como ela não parecia inclinada a continuar, Lauren estendeu a mão.

- Sou...

- Sei quem você é, Srta. Jauregui.

Ela abaixou a mão suavemente. O fato de aquela estranha saber seu nome não a surpreendia particularmente. O mercado de massa e a explosão do interesse da mídia pelas vidas das modelos as transformaram em superstars nos anos 90. Como resultado, o rosto de Lauren normalmente era conhecido de imediato quando ela entrava em algum local.

Ultimamente, a estranha vinha atraindo algo a mais também. Algo sombrio e assustador.

Um eco da ligação que tirara o sono de Lauren na noite anterior reverberava em sua cabeça. Ela mordeu o lábio quando descuidou-se da preocupação inexplicável com a mulher diante dela, depois sentiu desconforto. Silenciosamente, ela olhou para ela.

Delineado pela luz do luar, o rosto delea não mostrava suavidade, apenas ângulos pronunciados, intransigentes. Um queixo quadrado, obscurecido pelas sombras da noite. Um nariz que tinha colidido com algum objeto sólido uma ou duas vezes no passado. Bochechas magras. E aquelas cicatrizes do lado esquerdo do queixo e do pescoço... Engolindo para limpar a garganta repentinamente seca, Lauren quebrou o pequeno silêncio.

- Bem, você me conhece, mas eu não a conheço. Quem é você e o que faz aqui?

- Meu nome é Camila cabello. Sou sua guarda-costas, Srta. Jauregui.

Atônita, Lauren fitou.

- Meu o quê?

- Possivelmente, seu guarda-costas - ela corrigiu. - Fui convidada a trabalhar como sua guarda-costas.

A modelos e a Guarda costas Onde histórias criam vida. Descubra agora