Capítulo 3 - "Feridas não cicatrizadas"

536 46 44
                                    


É estranho estar nessa rua deserta a noite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

É estranho estar nessa rua deserta a noite... é ainda mais estranho quando eu olho ao redor e não consigo identificar nada como familiar. Nem mesmo como vim parar aqui.

Um calafrio percorre a minha espinha quando uma brisa fria passa por mim no meio da estrada, entre vários carros desconhecidos.

Eu não... estava com Melissa e Lisa? Como diabos vim parar aqui no meio da noite? E por que eu não consigo parar de andar para frente? É como se uma força estranha estivesse me atraindo para algum lugar... e eu apenas não consigo parar.

Acaricio os meus braços em busca de aquecê-los e é quando eu ouço um barulho logo atrás de mim. Eu me viro rapidamente, um pouco assustada pelo o clima que estar nessa estrada me traz e pelo fato de não encontrar absolutamente nada quando eu tenho certeza que ouvi algo...

Meus pés se interrompem e eu sinto o meu sangue gelar quando eu volto a olhar para a frente. A minha boca abre em surpresa e eu arfo, pondo minhas mãos sobre a boca à medida que o pânico começa a se alastrar a cada centímetro do meu corpo.

Essa imagem... não, por favor! Eu não aguento mais ver isso em meus pesadelos!

— Pai? — Questiono com a voz trêmula, sentindo minhas forças sumindo, assim como a minha coragem de continuar andando.

Ele está sangrando... o meu pai está bem na minha frente com uma expressão de clara dor e arrependimento. O meu coração desmancha de dor com essa imagem e o meu corpo treme automaticamente...

Por que? Por que a minha própria mente insiste em me fazer sofrer tanto com o meu passado? Toda vez que eu me sinto bem... que posso superar os meus traumas que foram ocasionados naquele fatídico dia... a minha mente volta para me lembrar o quão desgraçada são as minhas feridas.

Eu busquei ajuda contra a ansiedade e me afastei dela... mas não importa o quanto eu fuja disso, ela sempre volta para reabrir as feridas que já poderiam ter sido cicatrizadas...

Minha filha... eu juro que gostaria de ter sido o pai que você esperava... eu só queria te tirar das mãos daqueles malditos... Ele diz com os olhos cheios de lágrimas, com o corpo trêmulo, tentando caminhar com uma perna machucada em minha direção.

A sua aparência... ele não é nada parecido com o pai que eu tento me lembrar quando eu ainda tinha sete anos. É o mesmo homem barbudo, fedido que usa roupas rasgadas que trouxe a ansiedade até mim... é o mesmo que se drogava na nossa sala de estar e me culpava pela morte da minha mãe... a sua aparência é a mesma que a dele. E isso me faz recuar, assustada.

Por que fez isso comigo? POR QUE TIROU A MINHA CHANCE DE SER O PAI QUE VOCÊ MERECIA?! Ele grita aos prantos, fazendo-me tremer descontrolavelmente, sentindo que estou sendo abraçada, mais uma vez, pelo pânico. — Eu fui atrás de você... eu ia te tirar de lá... então por que você me matou?

RENDIDA - PARTE 2 - CRIMINOSOS EM SÉRIE (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora