RENDIDA - PARTE 2 - CRIMINOSOS EM SÉRIE (Concluída)

Capítulo 11 - "O único"

Capítulo 11

Pedro

Puta que pariu! Ela está aqui! Emma está na minha suíte olhando de um lado para o outro, parecendo acuada enquanto eu a encaro ainda da porta, sem acreditar que consegui convencê-la.

Eu posso até ser um fodido, mas sou um fodido sortudo pra caralho... só por ver ela aqui na minha frente, sem todo aquele ódio que ela carregava de mim quando me deixou, isso faz com que eu pense que esses malditos dois anos que passaram valeram a pena. Quer dizer, quem seria idiota ao ponto de não perceber a sorte ao seu favor com essa mulher na sua frente?

Ainda mais quando ela está tão... mais linda do que nos meus próprios sonhos.

— Isso é demais até para um lugar como esse... é incrível. — Ela sussurra com um olhar maravilhado, e isso faz algo remexer em meu peito com a lembrança de quando ela entrou no meu iate...

— Não quer comer? — Questiono um pouco nervoso, sentindo-me pela primeira vez deslocado.

Ela olha para o carrinho com a sua refeição na sala, sem conseguir olhar em meus olhos, e então responde:

— Eu estou com sono... vou deixar para outro momento.

Assinto indo até o bar enquanto penso em algo que posso falar a ela. É tão estranho... por que eu tenho que ficar nervoso quando estou com ela?

— Toma. — Lhe entrego uma taça de vinho, fazendo-a suspirar cansada.

— Eu não quero beber agora... estou cansada. — Ela murmura indo até o sofá, onde se senta com uma postura sem graça.

Eu a encaro, pensativo sobre como ela está agora. Quer dizer... depois que ela foi embora, a sua cabeça devia estar turbulenta, mas agora... ela está diferente. Tem uma outra postura em comparação a Emma que eu conhecia... está mais firme, mais confiante com suas palavras... agora ela é uma mulher em todos os sentidos da palavra, mas... ela está bem? Será que sentiu a minha falta tanto quanto eu senti? Por que agora que estou com ela eu sequer consigo me manter firme, será que ela também se sente assim?

— Você escreveu um livro... — Comento caminhando até ela no sofá, me sentando na mesinha de centro logo a sua frente. — Está trabalhando numa editora... assim como você sonhava...

Ela morde o lábio inferior, encarando os meus olhos como se estivesse surpresa, até que os devia.

— Muita coisa aconteceu desde que eu fui embora. E você? Fazendo as mesmas coisas?

Ergo a minha sobrancelha, com um sorriso de canto de boca ao pensar no que eu fiquei fazendo durante esse tempo.

— Não, minha rotina mudou um pouquinho, se é que eu posso dizer assim. Mas é uma longa história.

Encaro os seus tímidos olhos verdes, sentindo uma pressão em meu peito que se iguala a saudade que eu sentia antes. E eu só queria perguntar a ela se ela...

— Scott. — Ela interrompe minha linha de pensamentos. — Que sobrenome estranho.

— Não é um assunto do qual eu gosto de falar. — Respondo torcendo o nariz. — Mas e o seu chefe? Como ele te trata? Ele parecia interessado demais em você.

— O senhor Lei é um homem profissional. Ele apenas reconhece o que eu estou fazendo pela empresa. Ele também é gentil e me trata bem...

— Ele quer te comer! — Digo com desgosto, já pensando no que posso fazer para ele se manter longe da minha garota.