Capítulo 52
Com um sorriso no rosto eu ouvi a minha garotinha falar com tanto apego do seu pai, como se lá no fundo soubesse sobre a ligação que ambos possuem... e mesmo que nesse momento eu esteja os separando, eu ainda não consigo evitar de sonhar com um dia em que estaríamos juntos... nós três! Meu coração não consegue parar de desejar, ao menos não depois de todas as esperanças que foram depositadas no meu coração por Pedro antes de toda tragédia acontecer.
- Está com fome, minha princesa? - Pergunto agachada na frente da minha garotinha que está sentada na beira da cama, balançando suas perninhas, animada com a imensidão do lugar após me contar tudo o que aconteceu desde que Pedro apareceu.
Ela balança a cabeça para os lados, inclinando sua cabeça para o lado com um sorriso.
- Não, mamãe... mas eu... acho que tou quelendo dômi.
Acaricio o seu cabelo, ainda com um sorriso, sem conseguir esconder o quanto o meu coração está mais leve após tudo o que ela disse.
- Está bem, então mamãe vai te dar um banho, está bom? - Ela assente com um sorrisinho e eu logo levanto, segurando a sua mão e a levando para o banheiro, onde com calma e um pouco distraída com a minha própria mente que parece ter se apegado a imaginação dos dois juntos, onde Pedro estaria sendo carinhoso com ela, eu dou banho nela, que não parece querer parar de brincar.
Ela está feliz! Tudo isso conquistou ela! O dia com Pedro, a ilha grande e chique... o passeio de helicóptero! Ela deve estar vivendo um sonho!
~;~
- Ei, mamãe! Você vai dômi comigo? - Ela pergunta assim que ponho o cobertor em seu corpo até a altura do seu pescoço
Suspiro, sentindo o meu corpo mais fraco que nunca. Eu não sei explicar, mas... quando eu tomei banho, acho que foi a primeira vez que me senti verdadeiramente relaxada desde que cheguei aqui.
- Mamãe vai ficar aqui até você dormir, meu anjinho.
Ela faz beicinho, segurando com força o cobertor, como se pensar em ficar sozinha a deixasse assustada.
- Puh favô, mamãe! Eu não quelo dômi sozinha!
Sorrio, acariciando mais uma vez os seus cachinhos na frente do rosto.
- Não se preocupe, meu amor. Eu vou ficar aqui no quarto com você... e se eu levantar, vai ser para ir no banheiro ou beber alguma coisa, prometo!
Ela franze o cenho, parecendo desconfiada. Não é à toa... toda vez que lhe digo isso, costumo levantar para beber vinho na varanda e quando menos espero, ela aparece na minha varanda, arrastando o cobertor enrolado em seu corpo pelo chão e pedindo pelo meu colo, já que ela não suporta a ideia de dormir sozinha.
- A mamãe pode pelo menos contá uma histolinha antes?
Faço um biquinho, sentindo os meus olhos pesados enquanto a encaro. Acho que estava tão tensa, que após me libertar desse peso invisível, me sinto com sono... ao ponto de querer me jogar nessa cama sem titubear e dormir.
- Eu não sou boa em contar histórias oralmente, mas... que tal um conto de fadas? - Sugiro, sendo uma das poucas histórias que eu lembro de cor que adorava ler na minha infância.
Meu pai lia para mim quando ainda éramos uma família... e pensar que agora já não o tenho mais... me pergunto qual seria a sua reação se soubesse que tem uma neta. Será que ele ficaria feliz? E se a sua mudança naquela época tivesse sido real e ele não tivesse morrido?
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RENDIDA - PARTE 2 - CRIMINOSOS EM SÉRIE (Concluída)
Romance"Eu acho que vou sentir sua falta para sempre, como as estrelas sentem a falta do sol nos céus da manhã." Sem rumo e destruída; foi assim que me vi após fugir do único homem que fazia o meu coração palpitar, pois além disso, ele também era o motivo...