Capitulo-28

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Narração Marina Miller Cooper

Eu enxergo dois caminhos em minha frente, mais eu não tenho certeza qual dos dois eu quero seguir, eu to com medo, tanto medo... um caminho é marcado por lembranças, minha infância, meus pais, meus irmãos, dos meus amigos, do Miguel... ah Miguel! eu tive outra lembrança, eu me vi gravida, eu me lembrei meu filho, meu David!

Me lembrei de um galpão velho, o Enzo, ele me aponta uma arma, eu tento correr, mais acabo levando um tiro, eu ainda sinto o cheiro do meu sangue, meu desespero é real, eu preciso saber do meu filho, cadê meu filho!

Eu tento correr no sentido do caminho das minhas lembranças, eu corro, eu corro, eu preciso voltar, eu preciso ser forte, eu quero meu filho! A cada vez que eu chego mais perto do que parece ser o fim do caminho, uma voz fica mais nítida, eu começo a entender o que a voz me diz, é uma voz masculina, eu conheço essa voz, alguma coisa me para, e eu fico apenas escutando essa voz, é a voz do Miguel, eu tenho certeza, é o Miguel!

- Ah meu amor, já fazem 2 meses desde de que você está ai Marina volta pra mim. - a voz me dizia

A sua voz me pedia para voltar, e é o que eu mais quero, voltar pros seus braços, como eu o amo, eu preciso dizer isso a ele, eu preciso o dizer como eu o amo, eu lute contra mim mesma, contra todo o meu corpo, e corri em direção ao fim do caminho.

Meus olhos se abriram com dificuldade, e a luz muito clara do quarto me deixou atordoada, as paredes brancas, frias e sem vida, eu comecei a olhar cada detalhe daquele lugar, provavelmente um quarto de hospital, meus olhos encontram os do Miguel, ele me olha com uma felicidade que não consigo descrever, eu vejo uma lagrima nascer nos seus olhos, o que deixa tudo tão mais confuso, quando do nada ele sair correndo do quarto me deixando sozinha e cheia de perguntas.

Continuei ali a olhar a cada canto do quarto, tudo ainda é muito solto, nada tem muita congruência, eu tento imaginar a quanto tempo estou aqui, mais eu não faço ideia de tempo, o Miguel entra no quarto de novo, mais dessa vez acompanhados de homem com jaleco, eu deduzo que são médicos.

- Marina, eu sou o Dr. Domingues, vamos agora te levar para fazer alguns exames, tudo bem? - eu não conheço esse homem, como ele sabe meu nome? Eu olho pro Miguel assustada, ele me dá um sorriso tranquilizador.

- Pode confiar no doutor meu amor, eu vou ta aqui esperando você voltar, te prometo!

Eu sorrir pra ele, e afirmei com a cabeça pro medico, logo outros enfermeiros me transferiam da cama pra uma maca, e saíram comigo. Me levaram pra uma sala, onde me fizeram todos os tipos de exames, ainda é tudo tão confuso na minha cabeça, parece que os últimos fatos não fazem tanto sentido, como se estivesse faltando alguma parte desse quebra cabeça.

- Ta se sentindo bem Marina? - o doutor disse, acho que percebendo minha expressão.

- Ta tudo tão confuso doutor, e tanta coisa que passavam pela minha cabeça, eu não consigo me lembrar bem das coisas.

- Isso é normal Marina, você passou muito tempo inconsciente, mais eu tenho certeza que daqui a pouco tudo vai voltando ao normal.

- A quanto tempo eu passei inconsciente?

- 2 meses Marina, vou vai saber de tudo não se preocupe, mais vamos a uma coisa de cada vez, vamos terminar os exames?

Eu só confirmei com a cabeça, acabamos de fazer todos os exames, e logo em seguida me levaram de volta pro quarto, assim que me colocaram na maca, ainda to muito fraca, não consigo andar, assim que chegamos no quando, o médico foi logo dando as notícias pro Miguel.

- Praticamente um milagre, 2 meses de coma, e ela se acorda assim do nada, e sem sequelas nenhuma! Os exames mais profundos ainda vão sair os resultados, pelos primeiros exames, acredito que está tudo bem.

Estranho de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora