Capitulo-13

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Já havia se passado 1 mês desde de que voltei pra Boston, eu já estou com 3 meses, ta tudo bem com meu bebe, minha mãe me levou pra um médico amigo dela, eu não sei mais quanto tempo eu vou conseguir esconder essa gravidez, eu não posso usar mais qualquer roupa, pra não marcar a barriguinha que já está saliente.

As aulas estavam indo tudo bem, a cada dia eu sei que é eu fiz a escolha certa, eu amo medicina.

O Enzo não deu mais nenhuma sinal de fumaça, o que é bom, espero nunca mais vê-lo na minha frente.

Parece que agora minha vida ta tomando um rumo certo, eu só preciso de coragem pra contar ao meu pai, e vou fazer isso agora, eu já preparei vários discurso pra dizer a ele, até que decidir e lá e falar tudo de uma vez, e esperar as consequências.

Desci rápido, e caminhei até o escritório do meu pai, botei a mão na porta pra abrir quando escutei a voz alterada da minha mãe, e imediatamente parei.

- EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER ISSO COM A MARINA, É A VIDA DELA CHRISTOPHER!

Fazer o que comigo? Minha mãe tava gritando com meu pai, eu nunca vi isso antes, e ainda ela com algo relacionado a mim, será que ele sabe que to gravida? Todo o meu sangue desapareceu do meu corpo, coragem Marina!

Em um ato de extrema coragem, abrir de uma vez a porta do escritório, minha mãe me olhou feio enquanto meu pai passava a mão no cabelo nervoso.

- O que o senhor vai fazer comigo pai? - minha voz por incrível que pareça saiu forte, mais por dentro o medo me paralisa a cada minuto.

- Marina vai pro seu quarto depois eu vou lá conversa com você! - minha mãe me lançava um olhar nada bom.

- Fica Marina, era com você mesmo que eu estava querendo falar. - ele olhou pra minha mãe com uma cara nada boa.

- EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER ISSO COM A MINHA FILHA CHRISTOPHER!

- Ela também é minha filha Marianna, e eu sei o que é melhor pra ela.

- Isso não é o melhor pra ela. - minha mãe chorava copiosamente. - Eu não quero que minha filha passe por tudo que eu...

- MARIANNA! - meu pai a advertiu e ela parou de falar na mesma hora

Eu ouvia tudo de longe, eu realmente me arrependi muito de ter entrado ali, essa com certeza com é um bom momento, ou será que essa confusão toda é por causa da minha gravidez? Eu não quero ver a briga dos meus pais, eu quero sair de lá, mais eu to parada ouvindo toda essa discursão calorosa que eu não sei nem o motivo, embora desconfie.

- Christopher, por favor! - ela tinha um tom de derrotada, enquanto as lagrimas inundavam seu rosto.

- Eu já decidir Marianna, e não vou voltar atrás!

- Decidiu o que? - pela primeira vez eu falei alguma coisa desde de que tinha entrado lá, minha voz saiu cortada a cada palavra, o medo é evidente na minha voz.

- Sente aqui minha filha.

Meu pai apontou pro sofá que fica no seu escritório, enquanto ele também se senta ao meu lado, minha mãe sentou-se em uma poltrona ao meu lado, mais ela não me olhava, dá o tempo todo sentada de cabeça baixa, posso ouvir seu choro baixinho, cada segundo as coisas ficavam mais estranhas, minha cabeça gira com tantas hipóteses.

Fiz o que meu pai mandou, eu não tenho coragem, vontade ou sei lá mais o que, de reagir, eu só quero que me contém o que está acontecendo, eu olhava assustada, e ele me olha, mais não fala, esse silencio ta me matando.

- Fala pai! - eu disse depois de muito tempo, com aquele silencio arrepiante.

- Marina, eu acho que está na hora de você se casar, eu andei conversando com algumas famílias amigas nossa, mais eu cheguei à conclusão que eu acho bem melhor você se casar com o Miguel. - a cada palavra que meu pai falava é como uma faca entrando no meu peito, como assim, meu pai vai escolher meu marido? Um casamento arranjado? Só pode ser mentira. É mentira, uma brincadeira muito sem graça do meu pai. - eu conversei com ele, e vai ser ótimo pra nossa família também!

- O QUE? - eu me levantei gritando. - o senhor ta propondo um casamento arranjado? O feudalismo já acabou pai!

Minha mãe abaixou a cabeça e soluçava mais alto agora, meu coração ta partido, meu pai ta fazendo até a mulher que ele diz que ama sofrer.

- Você não entendeu Marina, eu não estou te propondo nada, eu apenas estou lhe avisando o que vai acontecer! - ele falou calmo, mais arrogante

- EU NÃO VOU ME CASAR COM NINGUÉM PAI! - as lagrimas desciam. - A VIDA É MINHA E O SENHOR NÃO TEM O DIREITO DE ME OBRIGAR A NADA!

- Marina pra começar pode ir abaixando o seu tom, e esse assunto não está em discussão, você vai se casar com o Miguel.

- Eu vou me casar por causa da porcaria dessa empresa?

- Um dia você vai entender tudo isso!

- EU NUNCA VOU ENTENDER ISSO, NUNCA VOU ENTENDER O PORQUE ESSE MALDITO DINHEIRO ACABOU COM A MINHA VIDA!

- Não fale assim!

Meu pai estava irredutível, eu preciso fazer alguma coisa, eu não posso me casar apenas pra satisfazer seus desejos, ele não está lhe dando com um fantoche, eu sou sua filha caramba! Como alguém faz isso com a própria filha? Eu não sei... meu pai sempre foi um herói pra mim, e agora? Ele ta me fazendo eu viver o pior dos meus pesadelos.

Eu não queria, mais eu vou ter que dizer que estou gravida agora, eu poderia me safar dessa, ou não, mais vou precisar arriscar.

- Eu não posso me casar! - disse por fim de longos minutos, com a voz baixa, quase falhando e as lagrimas caindo.

- Eu já lhe disse que não adianta, eu já disse que não vou voltar atrás da minha decisão.

- To gravida!

- TA O QUE MARINA?

- Gravida pai...

- EU NÃO ACREDITO NISSO MARINA, COMO VOCÊ É CAPAZ DE ESTRAGAR SUA VIDA ASSIM MENINA? AINDA TEM QUE LEVAR O NOME DA FAMÍLIA PRO LIXO TAMBÉM! PRIMEIRO UM CASAMENTO DESFEITO AS VÉSPERAS DO ALTAR COM UM CAFAJESTE, E AGORA GRAVIDA DESSE HOMEM MARINA!

- CHRISTOPHER PARA! - minha mãe se levantou e foi pro meu lado, me abraçando enquanto eu desabafava no choro.

- VOCÊ SABIA MARIANNA? EU NÃO ACREDITO QUE O IDIOTA AQUI SÓ SOU EU!

- Pai...

- VOCÊS PRETEIAM ME CONTAR ISSO QUANDO?

- Eu sabia que o senhor iria reagir assim, como o senhor queira que eu te contasse algo? Pai pelo amor de Deus!

- Você ta colocando meus planos no ralo Marina! - ele falou mais calmo, mais ainda posso ver raiva no seu olhar.

- Por acaso o seus planos se trata da minha vida pai!

- Marina minha filha sai, eu e seu pai precisamos conversa!

- Mãe!

- Por favor Marina.

- Tudo bem. - sair de lá batendo a porta e corri pro meu quarto.


Estranho de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora