13. Cogumelo Amanita

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Lutei contra minha vontade de desmaiar. Não por causa da agulha, e sim por causa da dor.

Oliver continua falando:

– Seus primeiros efeitos são: desorientação, falta de coordenação e sono, distorção da noção de tempo, alucinações visuais intensas, alterações de humor e febre alta. Em caso de doses extremamente altas, a pessoa pode chegar a óbito. Um ótimo veneno, por sinal. —explicou.

Senti a picada da agulha em meu pescoço. Franzi as sobrancelhas.

Oliver chegou perto demais de meu rosto. Pude sentir sua respiração, seu hálito, bem perto de minha boca.

– Que desperdício... —murmurou Oliver, ainda perto demais de meus lábios.

Oliver encostou os lábios no meu lábio inferior, a boca entreaberta por causa da respiração entrecortada e irregular.

Senti nojo.

Não conseguia me debater ou usar às mãos, Oliver às precionavam contra o chão, acima de minha cabeça. Minhas costelas reclamaram de dor.

Ele beijou minha tempora e sussurou em meu ouvido:

– Se ousar contar sobre o que aconteceu aqui para o Eric ou mais alguém, serei obrigado a tomar decisões ainda mais drásticas que o envolvem. Não estou me referindo a isso... —ele beijou minha bochecha— Não seja egoísta, S/n. Boa sorte para lidar com os sintomas iniciais. —Oliver saiu.

Permaneci deitada no chão.

***

Acordei desnorteada naquele piso de madeira todo empoeirado. Consegui dirigir de volta para casa. Tudo dói.

Por sorte, fiquei com a compressa de gelo de Jake da noite anterior.

Me encontro no sofá, com a compressa gelada sobre os ematomas que os chutes de Oliver me causaram. Fora as costelas fraturadas, me incomodando se expirar muito forte.

Alguém abriu a porta, estou cansada demais para me levantar e fingir estar bem. Não está tudo bem. Mas sabia que não poderia ser o Eric, ele sempre toca a campainha. Então só me resta uma pessoa.

– Não gostei de ter sido largado no sofá. —Jake falou ao fechar a porta.

– Queria que eu deixasse você na cama também? —falei.

Sibilei um chiado de dor.

– O que porra aconteceu com você?! —Jake caminhou rapidamente até o sofá, no qual estou deitada, e se agachou ao meu lado.

Dei de ombros.

– Nada demais. Só mais alguém tentando me matar. Enfim, você sabe o quanto sou disputada. —disse, o tom sarcástico.

– Quem fez isso? —ele me encarou, sério.

– Não importa agora.

– Sim, importa. —ele apressou-se em responder— Quem foi o filho da puta que fez isso com você, S/n?

Não faz mal contar para o Jake. Afinal, eu tenho tudo sobre controle. Até agora.

– Oliver Clifford. Detetive da polícia de Duskwood. Ele não queria que eu entrasse no caso e não estava disposta a obedecer ordens que não me convém, então o contrariei. E aqui estou. —gesticulei, com as mãos, para meu abdômen todo machucado— Pagando o preço.

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