***
A divisão ficou da seguinte forma: Jessy e Cleo ficaram no quarto em que eu dormia, Richy e Thomas ficaram no outro quarto, Phil se disponibilizou para dormir na sala e Lilly vai ficar no quarto de hóspedes do Jake.
Estou no quarto em que Lilly está. Estamos nos arrumando para daqui em instantes. Marcamos um jantar na casa em que os outros estão. As meninas estão cuidando da janta. Phil saiu para buscar bebidas, muitas bebidas, acompanhado de um dos policiais. Eles não irão mais sair tarde da noite sem acompanhamento policial.
Não quero me arrumar muito. Estou usando uma calça jeans azul escuro toda rasgada, uma blusa branca e uma camiseta que peguei no armário de Jake, é uma camiseta listrada em preto e vermelho. Estou usando apenas para cobrir meu braço. E nos pés, estou de meias, por enquanto. Mas meus tênis são brancos com uma listra preta na lateral. Agora estou penteando meus cabelos enquanto Lilly termina de se arrumar. Ela fez questão de me maquiar, mas eu neguei.
– Que tatuagem é essa em sua nuca? —perguntou Lilly.
Merda! Eu deveria ter tomado mais cuidado.
– Não é uma tatuagem, é só algo inútil. —respondi, colocando o cabelo para trás novamente.
Lilly me encarou enquanto colocava uma correntinha no pescoço. A observei com desdém sem nem perceber. É quase automático.
Caminhei até a cama e me joguei com exaustão em cima da mesma. Desde cedo tenho a impressão de que esqueci de algo. Minha cabeça lateja.
– O veneno já sumiu do seu organismo? —ela perguntou.
Cruzo os braços debaixo da cabeça, olhando para o teto, agora me lembrei do que esqueci. Eu esqueci de tomar o remédio de carvão ativado. Talvez seja por isso que eu esteja me sentindo tão cansada. Talvez.
– Não por completo. —respondi com uma sinceridade que me surpreendeu. Não é comum ter uma conversa sincera com a Lilly. Ela sempre me culpou por tudo.
– Sei que pode estar sendo um pouco estranho essa minha aproximação meio que do nada. —ela sentou ao lado de minhas pernas.
Mas realmente foi do nada.
Lilly continuou:
– Mas percebi que não posso jogar todo o peso do meu luto pra cima de você. Jake ama você e eu só estava sendo uma pedra no sapato dos dois, eu sei disso. Então pensei: antes do meu irmão se voltar contra mim, quero me juntar a ele e sua namorada.
Quem disso pra ela que somos namorados? Talvez tenha sido obra do Jake embriagado. Ótimo, agora essa.
– Lilly, nós não namoramos. —corrigi, sentando na cama imediatamente.
– Eu sei. Mas ele ama você e você já está cheia de inimigos, não quero ser como eles. Principalmente aqueles que fingem perto de você.
Franzi a testa.
– O que você quer dizer com isso?
Lilly soltou o ar pesado.
– Você sempre me julgou, mas nunca olhou para a pessoa que ficava direto aos seus pés, a paparicando pela frente. Mas Jessy sempre me dizia o quanto sentia raiva de você. Que tudo o que fez foi só para se aproximar de você e ter sua proteção. E agora? Agora ela tem tudo o que sempre quis: a proteção da detetive mais influencida do Estado.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Meios Para Um Fim - Duskwood
Fanfiction• Uma fanfic inspirada em Duskwood, um jogo. • Desde já, peço perdão caso encontrem erros de digitação. Se possível, podem me corrigir <3 S/n Parker, perita criminal da Polícia Federal, foi convocada pela Polícia Militar de Duskwood pata ajudá-los a...