Phil me encarou, um tanto desapontado.
– Mas eu me importo. Fique por mim, S/n. Eu cuidarei de você. Eu prometo. —ele segurou minhas mãos. Fiquei um pouco intrigada com o ato, mas deixei que o fizesse mesmo assim— Por favor. —Phil insistiu.
"Vou sentir o mesmo prazer que senti ao matar seu pai, quando matar todos os que você ama. Todos aqueles do seu ciclo."
As palavras do Homem Sem Rosto não param de se despazir em minha cabeça.
– Não sei Phil. Não posso me envolver demais com você ou com o grupo. —desvencilho nossas mãos.
– E por que não? O que há de errado?
Respirei fundo.
– Só podemos voltar ao caso da Mady, por favor? Quero ir logo pra casa.
– Sim, claro.
– Podemos começar por você me contando tudo o que sabe a respeito da Mady.
– Tudo bem. —Phil suspirou fundo— A Mady costumava ir sempre ao Aurora, quando saia de casa. Ela ia acompanhada com mais duas amigas. Elas pareciam se divertir muito, até que um dia tudo ficou estranho. As meninas saíram e um carro preto com os vidros todos fechados parou em frente ao Aurora. Eu não vi muito porque o bar estava cheio, mas, quando olhei de volta, a Mady não estava mais com as amigas.
Isso é tão... estranho. Preciso conversar com uma das meninas.
– Você sabe o nome de pelo menos uma das meninas? —perguntei.
– Sim, Alicia Grant. Esse é o nome de uma das meninas. Eu poderia dar algum endereço, mas é tudo o que sei.
– Muitíssimo obrigada, Phil. —fiquei de pé— Você não tem noção do tanto que me ajudou.
– Foi um prazer. —ele ficou de pé e sorriu.
Bem atrás de nós, Cassandra saiu as pressas de dentro da casa de Cleo, parecendo muito, muito estressada e irritada.
Ela caminhou até Phil e eu em passos pesados e carregados de ódio.
– Você! —Cassandra apontou para mim— Você estragou tudo! Deveria ter morrido junto com o seu pai e a garota desaparecida. —ela veio para cima de mim, mas Phil entrou em seu caminho.
– Como? —fiz uma careta, sem entender o que está acontecendo aqui.
– É isso mesmo que você ouviu. —Cassandra empurrou Phil.
– Opa-opa, melhor você ir para casa e se acalmar. Está irredutível e completamente bêbada. —Phil falou, ainda entre nós duas.
– Espero que o sequestrador volte e a leve para bem longe. —Cassandra falou simplesmente. Em seguida, se retira. Saiu cambaleando pelas calçadas.
Pude sentir o peso de suas palavras.
Phil se voltou para mim e nos encaramos por um tempo.
– Você viu que eu estava aqui o tempo todo. —disse, mudando de assunto.
– Não acho que tenha sido culpa sua. Só acho que não é muito seguro andar pela cidade sozinha, à essas horas, com loucos atrás de você.
Solto uma risada nasal e voltei o olhar para meus pés.
– Quer me acompanhar até em casa? —encarei seus olhos, as sobrancelhas erguidas.
– Bom, sim. Não há mais graça ficar aqui. —ele olhou para a casa de Cleo, onde está tocando uma música ainda mais alta do que antes, quando saí de lá. Também dá pra se ouvir os outros pulando, rindo e falando alto— A propósito, a Jessy está de carro e o Thomas vai com ela. —Phil acrescentou.
– Certo, eu só vou me despedir dos outros. Me espere um pouco. —disse.
Andei de volta para casa de Cleo.
Que algazarra.
Estão todos embriagados. Alguns exageradamente e outros moderadamente. O Jake então... está largado no sofá com uma garrafa de vinho nas mãos.
Procuro por Cleo. Ela está na outra sala, servindo um pedaço de torta para Jessy.
– Cleo, já deu minha hora. —disse, meu tom de voz competindo com a música alta.
– Mas já?!
– Sim, amanhã preciso acordar cedo. Mas a festa foi ótima! —sorri.
– Tudo bem, então. Depois venha tomar um café aqui em casa. —sugeriu.
– Claro, por quê não? —sorri, Cleo contrbuiu.
A dei às costas e saí andando, esbarrando no Dan e Thomas, dançado igual loucos.
Quando toquei a maçaneta da porta, para finalmente sair dali, uma mão segurou meu braço.
Jake e sua garrafa de vinho.
– S/n! —ele ergueu os braços. Sua voz saiu animada e embolaiada— Aonde vai? Posso ir com você? É que eu não estou muito bem. —ele fez uma careta.
– Estou vendo. —o avaliei com o olhar.
– Então, isso é um sim? —Jake fez biquinho e juntou as mãos. O conteúdo dentro da garrafa oscilou com o movimento.
– Tá, tudo bem. Mas vai ficar me devendo uma. —semicerrei o olhar.
– Sem problemas. —Jake mostrou um sorrisinho, ainda com a garrafa de vinho em suas mãos. A propósito, ele está com um forte cheiro de vinho.
Caminho na frente até onde deixei Phil me esperando. Jake veio logo atrás, cambaleando nos próprios pés.
– O que esse idiota tá fazendo? —perguntou Phil, olhando Jake com desdém.
– Ele é meu vizinho, vou lhe dar uma carona. —expliquei.
– Não perca seu tempo. —Phil me olhou— A irmã dele está aí, ela pode cuidar dele.
– Eu sei. Mas ele quem me pediu isso. —olho para Jake, se aproximando de nós— E outra, não vai fazer diferença pra você.
– Tá.. —resmungou Phil, inclinando a cabeça para trás.
– Acho que o assunto acabou de chegar. —Jake falou, apoiando-se no ombro de Phil.
– Por favor, coloca logo ele no banco de trás e põe o cinto. —Phil se afastou, fazendo Jake cambalear um pouco para frente.
– Por que você não vai atrás, barman? —Jake o encarou, os olhos cerrados.
Interrompi o instigante diálogo dos dois. Peguei Jake pelo braço e o arrastei até o carro. Por incrível que pareça, ele não reclamou, apenas obedeceu aos meus comandos. Passei o cinto no mesmo. Dei a volta no carro e entrei pelo lado do motorista, Phil já estava no banco do passageiro.
Ao ligar o carro, o painel me deu um alerta de que a gasolina está pouca. E, provavelmente, não vai dar para chegar em casa. Tenho quase certeza de que o tanque estava cheio quando saí de casa.
– Merda. —murmurei, batendo os pulsos no volante.
– O que foi? —perguntou Phil.
– A gasolina é insuficiente.
– Tem um posto de gasolina não muito longe. É só seguir a estrada de saída de Duskwood. E, se o carro não aguentar, eu posso ir buscar a gasolina. —Phil sugeriu.
Fiquei pensativa por um momento. Olhei para Jake, através do parabrisas do carro. O deixei sentado no banco logo atrás de Phil. Jake tirou o cinto e se deitou nos bancos de trás. Antes de entrarmos, tomei sua garrafa de vinho e fui deixar na porta da casa de Cleo. Jake fez escândalo, igual criança mimada. Ficou emburrado, com os braços cruzados, quando passei seu cinto.
– Tudo bem. —respondi. Phil assentiu.
– Se quiser que eu dirija...
– Não precisa se incomodar, eu posso fazer isso.
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Continua...
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Meios Para Um Fim - Duskwood
Fanfic• Uma fanfic inspirada em Duskwood, um jogo. • Desde já, peço perdão caso encontrem erros de digitação. Se possível, podem me corrigir <3 S/n Parker, perita criminal da Polícia Federal, foi convocada pela Polícia Militar de Duskwood pata ajudá-los a...