Meios Para Um Fim - Duskwood

13. Hospital

Já estou cansada, a lateral do meu corpo toda queimando, minha mão latejando.

"quando se ama alguém, você tem de estar sempre preparado para abrir mão de algo."

Não imaginei que isso realmente fosse acontecer. Talvez esteja passando a mesma coisa na cabeça de Jake. Com o berro que dei, talvez pense que estou morta. 

Meus pensamentos são interrompidos pelo o som de um disparo. Tyler despencou para o lado. Tantei me concentrar em tentar estancar o sangue e me manter acordada.

Olhei para Tyler, está morto com um tiro nas costas. Provavelmente atingiu algum órgão ou veia.

Segundos depois vejo Jake ao meu lado. Sorri apesar de toda a dor.

– Fica comigo, por favor. —Jake falou, tirando sua blusa.

Demorei para entender que está tirando sua blusa para ajudar a estancar o local da facada.

Jake olhou para minha mão e sua expressão é de choque. Horror. Minhas pálpebras começam a pesar.

– S/n, fica acordada. —Jake pediu.

O encarei.

– Jake... eu não pensei em nada pra essa situação toda. Nós não sabemos nem onde estamos. Só tem árvores e mais árvores. —consegui dizer, um pouco de dificuldade em me concentrar com toda a dor.

– Lilly sabe. Podemos pegar o carro do Tyler, com GPS, e voltamos à Duskwood. Só fique acordada, por favor. —Jake segurou minha mão boa com delicadeza.

Assenti.

Não posso prometer que irei chegar viva até Duskwood. Estou perdendo muito sangue e posso ter uma emorragia a qualquer momento.

Jake me pegou delicadamente no colo e me levou as pressas até o carro de Tyler. Oliver resmungou enquanto Jake saia as pressas, mas ele vai sobreviver. Sortudo. Lilly continua de cara feia, mas com uma pequena dose de preocupação.

Jake me colocou deitada no banco de trás. Estou apertando, o mais forte que consigo, sua blusa contra o ferimento no flanco. A mão, mal consigo mexer, o estrago parece maior. Mas tudo dói e o estrago parece horrível.

O banco de couro branco está vermelho escuro de tanto sangue. Jake sempre olhava para trás para ver se ainda estou viva ou acordada.

***

Infelizmente não consegui me manter acordada até chegarmos ao hospital.

Estou deitada em uma maca com uma agulha enfiada no meu braço, provavelmente em uma veia, a agulha está injetando sangue para meu organismo.

Há equipamentos médicos em volta da maca. Um está acompanhando meus batimentos cardíacos. Não sei qual a função dos outros.

Minha mão continua dolorida e latejando. Está enfaixada.

Passei a mão boa sobre o ferimento em meu flanco direito. Também está coberto e, provavelmente, passei por alguma cirurgia.

Não há ninguém na sala. Adoraria me levantar e sair do hospital, mas tudo ainda dói e posso sentir certas partes do meu corpo latejando.

Então esperarei até que alguma enfermeira ou alguém entre no quarto e descida saber se ainda estou viva.

***

Acabei pegando no sono.

Jake está ao meu lado segurando minha mão boa. Sua expressão é de preocupação evidente, qualquer um poderia notar. Mas, ao me ver acordando, ele abriu um sorriso que me confortou e me fez esquecer um pouco das dores.