15. Armadilha

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Me levantei da poltrona, inquieta.

– Vocês acham mesmo que estou usando vocês? Eu me arrisquei e estou arriscando o que já não me restou mais só para ver vocês bem, pela segurança de vocês. E sabe por que estou fazendo tudo isso? Por que vocês têm muito a perder, enquanto eu já perdi tudo. Se vocês não querem colaborar, tudo bem. Mas não entrem no meu caminho. Nada disso é sobre vocês, então não se preocupem com suas vidas enquanto eu viver. Aliás, eu quem fui apunhalada pelas costas enquanto protegia vocês. Sei o que pensam sobre mim. Só estão me usando. Que se foda todos vocês. Eu realmente não dou a mínima. Pensem o que quiser. —os dei as costas e saí andando até a porta.

Era para me sentir mais leve por ter jogado tudo pra fora, mas não. Só sinto mais e mais ódio de cada um deles.

Quando estou quase entrando na casa de Jake, uma mão puxou meu braço. Os policiais ficaram em alerta. Me voltei para a pessoa imediatamente. É só o Richy. Relaxei os ombros.

– Precisamos conversar. —ele falou, a expressão preocupada.

Acenei para os policiais baixarem a guarda.

– Pode falar. —disse, a voz ríspida.

– Não aqui. —ele olhou para os policiais— Podemos ir para um lugar mais privado. Você não vai se arrepender e é um assunto de seu interesse.

– Certo. —o olhei com desconfiança.

Richy está nervoso.

– Entra no meu carro. —destravei o carro pelo controle— Vou falar com os policiais.

– Eu gostaria de que fosse só entre nós, S/n. —ele disse.

– Claro, eu sei. Eu só ia informar para eles ficarem de olho nas redondezas, fique tranquilo, vou garantir que não nos persigam. —prometo.

Richy caminhou até meu carro e entrou pelo lado do passageiro. O observei até estar completamente dentro do carro. Chamei os três oficiais.

***

Sinceramente, não sei até onde estamos indo. Estou dirigindo por uma hora e meia. Richy disse que estamos próximos.

Tivemos uma conversa agradável e cheia de manipulação. Mais da minha parte, claro.

Richy ficou estranho quando comentei sobre o dia em que o mandei mensagem perguntando se estava tudo bem. Ele agiu como se isso não tivesse acontecido por um certo momento, então concordou. Disse que de fato falou comigo e se ocupou logo em seguida, por isso não conversou mais comigo. Óbvio que há algo errado.

– Encoste ali. —ele apontou para um acostamento improvisado, feito de terra. Assim o fiz.

Olhei para os lados e não há nada além de árvores enormes e uma colina ao lado de onde encostei o carro. Estamos na costa de Duskwood.

Procurei por algo ou alguém, com confusão no rosto.

Meu celular vibrou no bolso de trás.

Olá, S/n, surpresa 😉

Mensagem do Richy.

Agora percebi tudo.

Richy foi ameaçado por Oliver, que acabou levando seu celular para se manter informado. E usou Richy para me trazer até aqui. Por isso que quando foi deixar meu carro ele estava estranhamente nervoso.

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