3. Desculpas

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Saímos de dentro da casa e fomos para minha varanda. Phil se apoiou sobre a madeira e eu fiquei em pé nos degraus, com os braços cruzados.

Trocamos olhares por um tempo. O olhar de Phil transmite preocupação.

– Talvez eu pudesse impedir que você atirasse no Dan. —Phil falou.

Franzi as sobrancelhas.

– Phil... não. Você não podia fazer nada.

– Eu vi que você não parecia bem. Se eu tivesse ido atrás de você e repreendido, talvez o Dan ainda estivesse aqui. —ele tenta me consolar. Fofo de sua parte, mas...

– Ou talvez fosse você no lugar dele. —disse, a voz saiu quase tão baixa quanto um sussuro.

– Como? —ele franziu as sobrancelhas.

– Eu estava alucinando, Phil. Provavelmente o Dan foi me cumprimentar e eu... —hesitei— e eu vi o Homem Sem Rosto. —olhei para o chão.

– Ei-ei-ei. —Phil vem até mim e coloca sua mão em meu queixo, me fazendo olhar para ele— A culpa não foi sua, não se esqueça disso.

De alguma forma, me perco em seu olhar. É como se Phil tivesse todo o poder sobre mim. É como se ele conseguisse me paralisar apenas com seu olhar. O verdadeiro olhar da Meduza.

Ele continua com a mão em meu queixo. Sinto algo se remexer em meu estômago.

Malditas borboletas.

Phil aproxima seu rosto do meu. Sinto o pânico me dominar. Faz muito tempo que não beijo ninguém. Na verdade, beijei Jake esses dias.

Phil finalmente me beijou.

Contribui.

Seu beijo é meio quente e lento. Minhas mãos estão em sua nuca, os dedos entre os fios de seus cabelos. As mãos de Phil estão em minha cintura agora, me empurrando para mais perto de seu corpo. Pude sentir o calor percorrer meu corpo.

As borboletas não pararam. Mas nós paramos de nos beijar por causa da falta de ar. Phil finalizou com um selinho.

Acho que minhas bochechas estão coradas, as sinto queimarem.

– Eu esperei tanto por isso... —Phil disse, recuperando o fôlego— Pensei que estivesse com o Jake.

Não sei bem o que nós somos.

– Não. —ri, nervosa.

– Que bom, então. –ele sorriu.

– Bom, acho melhor voltarmos, irão sentir nossa falta em algum momento. —sugeri.

– Claro. —Phil está todo bobo.

Voltamos juntos para casa. Alguns estavam no sofá e outros em pé comendo, bebendo e conversando.

– Onde você esteve? —Jake perguntou. Nem percebi quando surgiu em minha frente.

– Nós estávamos... —Phil tentou responder, mas Jake o interrompeu.

– Cala a boquinha aí, barman, eu estou falando com a S/n. —Jake o lançou um olhar cheio de significados, do tipo: Fala mais uma vez e eu te mato. Ou: Fica na sua.

– Calma. —pedi, olhando para Jake e depois para Phil— Estávamos apenas conversando lá fora.

E nos beijamos também.

– E pra isso precisou sair daqui? —Jake perguntou, com seu olhar sobre mim.

Olhei para Phil e depois para Jake.

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