*capa provisória*
~ é a minha primeira fic espero que gostem
S/n Jeong sempre fora apaixonada por teatro, quando entrava em cena tudo aquilo lhe contagiava da cabeça aos pés, literalmente, a única coisa que ela queria se pudesse, era atuar pela vida...
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Point Of View Lalisa
Naquela manhã, não sei ao certo o porquê, mas sinto uma sensação ruim dentro do meu peito ao acordar e não ver S/n comigo.
Faço minha higiene matinal logo em seguida indo até a minha cozinha me deparando com um lindo buquê de edelvais juntamente com um bilhete escrito à mão:
Bom dia minha flor!
Espero que goste deste meu presente e que tenha acordado bem. Saí para comprar nosso café da manhã, daqui a pouco estou aí para te dar um bom dia decente.
Te amo, Sua S/a.
Ao final da leitura, percebo que estou com um sorriso bobo brincando em meus lábios, é incrível como ela me faz sentir a mulher mais feliz do mundo com um simples gesto. Ouço a compainha tocar e me pergunto mentalmente se S/a esqueceu as chaves, com isso em mente, me apresso até a porta abrindo-a e dou de cara com uma pessoa que nunca mais achei que veria em minha vida.
— Gostou da surpresa?
— O que está fazendo aqui? Como passou pela portaria? O que você quer? - O pânico cresce em mim assim que um sorriso maldoso se forma em seu rosto.
— Muitas perguntas, eu apenas estou aqui para fazer uma entrega. - Disse levantando as mãos em rendimento.
— Entrega? Depois de me roubar, ainda têm a cara de pau de vir até o meu apertamento "A"? Vá embora! - Começo a fechar a porta, mas ele põe o pé me impedindo.
— Eu vou embora, mas acho que você gostaria de ver o que tem aqui dentro. - Ele levanta um envelope grande que está em sua mão. — Sua namoradinha não é aquilo tudo que você pensa.
— O-o que? O que você está querendo dize-. Ele joga a "entrega" em mim e simplesmente vai embora. Fecho a porta ainda a tônica e abro o pacote em minhas mãos. Automaticamente lágrimas caem de meus olhos enquanto eu leio os papéis.
São registros de e-mails.
E-mails da S/n para Irene.
O primeiro que eu começo a ler é o mais recente, está datado na semana passada:
Para: Bae Irene
Amor, você não vai acreditar! A idiota da Lalisa acha que eu estou realmente apaixonada, ela caiu numa simples declaração brega. Sinto sua falta todo dia, está sendo uma tortura para mim ter que aturar aquela mesquinha. Sempre beijo ela pensando em você, fodo ela pensando em você, uma vez quase chamei pelo seu nome enquanto ela me fazia um oral em mim, mas boca nenhuma é igual a sua, vida. [...]
Não consegui ler o resto e pulei para o final do e-mail.
[...] Espere mais um pouco, o nosso plano vai dar certo. Vou te enviar alguns dados dos cartões dela que eu consegui. Logo, logo, estamos eu e você fora desse lugarzinho, gastando o dinheiro daquela tailandesa burra.
Te amo.
Então... Era isso o tempo todo? Eu estava sendo usada mais uma vez?
Ouço a porta sendo aberta e vejo ela entrar tirando os sapatos com as compras nas mãos enquanto cantarolava alguma música de costas para mim.
— Meu bem? Cheguei! Comprei nosso- Assim que ela se vira vê provavelmente meu rosto molhado e nariz vermelho, largou as sacolas no chão vindo em minha direção, quando ela levantou a mão para me tocar eu recuei imediatamente. — O que aconteceu, amor?
— Amor? - Ri irônica, peguei os papéis e joguei em sua direção, ela os pegou confusa e olhou para mim desacreditada. — Era isso que você queria, não é? Além de pegar meu dinheiro, queria me ver quebrada...
— Não querida, você precisa confiar em mim. Nunca faria nada pra' te machucar. Me deixe usar seu computador, tenho certeza que esses e-mails nem sequer existem, posso? - Afirmei com a cabeça e S/n começou a digitar, no fundo, perdurava uma pequena esperança de que tudo aquilo era uma mentira e que "A" estava tentando apenas nos afastar, mas esse último resquício se quebrou quando eu vi os mesmos e-mails no registro de seu histórico, S/n olhou para mim de um jeito desesperado, ela se aproximou de mim tentando tocar meu rosto.
— Baby, eu não escrevi isso, juro que-
Sua fala foi cortada pelo meu tapa que atingiu sua bochecha esquerda.
— Cala a boca! E nunca mais me chame assim, ou toque em mim, eu quero você fora da minha vida! Ele tinha razão...
— Ele? Quem Lalisa? - Apenas fiquei quieta. Ela olhou para o envelope e riu em descrença. — Foi o "A", não foi? É claro! Como eu pude ser tão ingênua? Lisa você não vê que ele está querendo nos separar?
— Não venha botar a culpa nos outros, ele apenas abriu meu olhos. Você me fez acreditar que eu poderia amar e me sentir amada de novo, eu achei que seria tudo diferente com você, imaginava toda noite nosso futuro juntas.– A região do tapa estava começando a ficar avermelhada, seus olhos encontraram os meus e pude perceber lágrimas se formando.
— Tudo bem. Você não está pensando direito e eu te entendo, depois que a poeira abaixar, conversamos. Que tal?
— Não temos nada para conversar, será que ainda não entendeu? Eu quero você fora daqui, agora! - Ela limpou o resquício de lágrimas e fungou o nariz algumas vezes, olhava para mim procurando algum traço de mentira.
— Tem certeza Lisa?
— Sai, por favor. - Viro de costas tentando conter o choro, escuto passos pelo meu apartamento e ouço sua voz novamente.
— Estou indo. Mas eu vou voltar e provar que isso foi uma armação, não vou desistir do nosso amor. Disse que iria ficar ao seu lado, e eu sempre cumpro minhas promessas.
Ouço a porta sendo fechado e desabo no chão. Sinto uma tristeza na alma. E uma dor no coração. Uma sensação que sufoca.
É como se apertassem minha garganta com a mão.
Tudo parece estar se dilacerando dentro de mim, estou sendo rasgada da pior forma possível.
Já passei por isso mais vezes do que gostaria de ter passado, e me iludi achando que não iria mais acontecer.
Se você fizer silêncio dá até pra ouvir o barulhinho do coração rachando. Dói mesmo, e geralmente demora pra passar.
E quando começa a passar, a gente começa a se fechar, com medo de acontecer de novo. E a gente prefere se fechar do que correr o risco de novo. Aí a gente não se envolve, entra em relacionamentos que sabemos não ter futuro, afastamos pessoas com quem possamos vislumbrar uma vaga possibilidade de envolvimento.
Eu estava desprevenida, não pensava em ninguém, só em S/n, e para mim assim seria até o dia em que eu não respirasse mais.
Seria eterno, meu futuro, meus planos, ela fazia parte de todos eles, mais agora eu estou aqui sem objetivos, sem futuro, congelada no tempo.
Queria acordar com ela do meu lado e dizer que tive um pesadelo, mais no fundo eu sei que tenho que acordar e me olhar no espelho e dizer para mim mesma...
"Você vai ter que conviver com isso pelo resto de sua vida, pois você sim amou de verdade."
‐-----------------------‐--------------------------- Joguei a bomba e saí correndo.
