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Dulce Maria Espinoza Saviñón

Da janela do carro vi um casarão enorme, seus muros ao redor eram altos, portões de ferro na tonalidade preta. Não haviam vizinhos ao lado dessa propriedade.

O motorista seguiu para dentro, passando por um caminho de pedras, parando na frente da grande porta de madeira. Ele deu a volta e abriu a porta para mim.

– Obrigada. — agradeçi e segui em direção ao homem bem vestido que me esperava.

– Senhorita Saviñón, sua mãe lhe aguarda no andar de cima. Me acompanhe por favor.

Não pude deixar de notar o tamanho da casa e todo o luxo que tinha dentro, com isso eu já imaginava o que estava por vir. Subimos em direção a um quarto no final do corredor.

– Dulce minha filha! — minha mãe me abraçou apertado. — Que saudades de você. Te amo tanto minha filha!

Eu retribui todo seu carinho, deixei até algumas lágrimas escaparem quando minha mãe  disse que me amava.

Cristina Obregón Espinoza Saviñón é a minha mãe, a mulher mais doce, compreensiva, linda e carinhosa mas submissa, ao seu marido o meu pai responsável pela minha infelicidade.

– Me desculpa por todos estes anos, tentei fazer seu pai mudar de ideia mas foi inevitável.

– Tudo bem mãe. Agora estou aqui.

– Nem tanto. Por isso precisamos conversar, peço que me entenda e ao seu pai.

– Seja o que for não tenho escolha. — ela segurou minhas mãos e olhou a outra ponta do quarto.

Neste momento me dei conta que realmente o meu pesadelo só iria piorar. Do outro lado da sala haviam dois vestidos de noiva.

– Há cinco anos seu pai assinou um contrato com o Donald Sutherland Von Uckermann, quando você completasse 20 anos iria se casar com um dos seus filhos. O resto não é necessário você saber.

– Estamos falando da minha vida! Cinco anos vivendo como uma prisioneira, fazendo coisas que não queria, tudo porque eu era obrigada.

Me alterei, em um momento de raiva fui até onde os vestidos estavam e simplesmente rasguei com minhas próprias mãos.

– Filha! Para! — me segurou em um abraço, enquanto eu chorava e gritava.

– Porque o papai faz isso comigo? Por quê?

– Sinto que agora você vai ser feliz. Se de uma chance.

– Ser feliz? Como? Com um casamento sem amor que envolve alguém que não conheço. — quebrei algumas coisas de vidro que estavam no quarto.

– Filha veste o vestido. Vou te esperar lá em baixo. —beijou meu topo da cabeça.

Fiquei sozinha, ainda havia raiva dentro de mim. Peguei os pedaços do vestido que rasguei e joguei na privada.

Tirei meu vestido azul e vesti a contragosto o de noiva. Assim que consegui fazê-lo fechar fui a frente do espelho e me olhei.

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