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Dulce Maria Espinoza Saviñón

Depois daquela palhaçada de casamento e eu ter sido obrigada a dar um selinho naquele cara, o mesmo me guiou para dentro da casa.

Saímos sem falar com ninguém. Nós não falamos nada um com o outro, eu apenas o segui já que não conhecia nada daqui.

Entramos em um quarto do lado direito do corredor. Esse cômodo era diferente, mais amplo com uma varanda virada para o jardim onde estávamos antes, seu tom branco com detalhes azul escuro davam o toque a tudo.

– Me chamo Christopher.

– Eu sei. Acredito que você também saiba o meu. — cruzei os braços em um canto afastado da cama.

Ele começou a tirar o terno, seu peito ficou amostra assim que a camisa social branca foi retirada. Será que ele achava que eu iria me deitar com ele?

– Fique à vontade, afinal de contas o quarto é nosso.

Não respondi, desviei os olhos para a estante de livros presente do outro lado do quarto, com duas poltronas próximas.

Vi de canto do olho ele desafrouxar o sinto, retirando a calça em seguida. Evitei olhar aquele homem semi nu na minha frente.

Quem ele pensava que era para ficar assim na minha frente? O contrário do que imaginei Christopher pegou suas roupas e foi para o banheiro, fechando a porta em seguida.

Fui até onde estava a estante, comecei a dedilhar os livros, enquanto lia seus nomes por cima. Me sobressaltei quando ouvi uma voz grossa.

– Acho melhor você trocar essa roupa. Creio que não esteja a mais confortável.

– Não preciso que me diga o que fazer. Mas obrigada.

Entrei no banheiro, que ainda tinha vapor, indicando que ele havia acabado de fazê-lo. Me odiei por não conseguir descer o zíper atrás das minhas costas.

– O senhor pode me ajudar? — ele riu e veio até mim, abrindo o zíper lentamente.

– Não precisa me chamar de senhor. Somos casados agora, isso ficaria estranho.

– Certo. Obrigada. — fechei a porta na cara dele.

Depois de um banho relaxante, sai do banheiro com a roupa que estava separada para mim sobre a pia. Era uma camisola branca com renda, nem tão grande, nem tão curta. Só que mesmo assim me senti constrangida.

Agradeci a Deus mais uma vez quando Christopher estava de costas, sentado em uma mesa pequena, enquanto olhava alguma coisa em seu notebook.

Corri para cima da cama e me cobri com a coberta, para evitar que ele me visse com aquela roupa.

– Não podemos sair do quarto até amanhã.

– Por que?  — não queria render assunto mais saiu sem querer.

– Todos precisam acreditar que consumamos o casamento.

Ele se aproximou, apertou um estilete sobre sua palma da mão e deixou que um pouco de sangue pingasse na cama. Olhei assustada para o mesmo.

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