𝟖 - 𝐀𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐮𝐫𝐠𝐞 𝐮𝐦 𝐟𝐫𝐚𝐧𝐜𝐞̂𝐬.

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Como tudo que é bom dura pouco, os dias na praia acabaram. A viagem de volta foi tranquila, e por causa da ressaca, Vienna dormiu o caminho todo.

Ela estava tão envergonhada de tudo que tinha dito na noite passada... Sim, ela se lembrava de tudo.

Ao chegarem na casa de Polly, Vienna tomou um banho e foi se trocar, já que mesmo estando com a sensação de que foi atropelada por um tanque, ela tinha trabalho.

— Polly! — Vienna chamou, saindo de seu quarto. — Me empresta seu carro?

A mulher estava no seu próprio aposento, se preparando para seguir para a casa de apostas.

— Você vai demorar? — ela quis saber.

— Não. Só vou até a estação de trem pegar o pessoal.

— Mas não cabem todos no carro.

— Eu sei. No carro só vão comigo um.

— Bom, tudo bem.

Polly arremessou a chave do carro para Vienna, que a pegou no ar e começou a andar em direção a porta.

Ela usava a típica roupa dos Blinders, e estava com um cigarro entre os lábios. Dirigiu enquanto pensava no quanto tinha para resolver. Fez uma lista mental:

1 — Precisava de um carro para si mesma.
2 — Precisava de uma casa.
3 — Precisava de um lugar para hospedar as pessoas que trabalhavam pra ela.

Soltou a fumaça do cigarro e suspirou, nervosa por causa da quantidade de olhares que recebeu na rua por causa de suas roupas e pelo fato de uma mulher estar dirigindo.

Estacionou o carro na estação de trem e desceu apagando o cigarro no chão.

— Petit!

Ela ouviu um grito. Procurou quem a chamava e só havia uma pessoa na face da Terra que a chamava daquele jeito.

Petit. Pequena.

Oliver era ruivo, alto e tinha os olhos castanhos. Ele abriu os braços e Vienna correu em direção a ele. O ruivo passou seus braços em volta da cintura dela e a girou no ar.

— Senti tanto a sua falta! — ela disse, sorrindo, deixando sua cara fechada de lado.

— Eu também senti a sua. — Oliver respondeu — O resto do pessoal está lá dentro.

Vienna tirou de dentro do bolso interno um maço de dinheiro e entregou a Oliver.

— Toma. — ela disse — Entregue para Missy e diga a ela que esse dinheiro é para os táxis. Mande que vão para esse endereço.

Entregou a ele um pedaço de papel com um endereço escrito.

— E quanto a mim? — ele quis saber.

— Você volta pra cá. Vai voltar comigo e me ajudar a resolver algumas coisas.

Vienna voltou para o carro e acendeu outro cigarro enquanto esperava Oliver retornar.

O rapaz era um pouco mais novo que ela. Alguns meses, pra ser exata. Filho de pais ricos e herança garantida. Um rebelde sem causa. No começo, quando o conheceu, Vienna pensou que ele fosse apenas um garoto sem ter oque fazer e que decidiu entrar naquela vida desgastante. Mas ele se provou útil e... um bom amigo. Vienna nunca tinha conhecido ninguém como ele.

Oliver abriu a porta do passageiro e se sentou.

— Todos queriam te ver. — ele disse — Sentem sua falta. Eu também senti.

𝐍𝐨 𝐑𝐞𝐠𝐫𝐞𝐭𝐬 - 𝐌𝐢𝐜𝐡𝐚𝐞𝐥 𝐆𝐫𝐚𝐲 - 𝐏𝐞𝐚𝐤𝐲 𝐁𝐥𝐢𝐧𝐝𝐞𝐫𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora