Eu espero...

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Ji-Hae andava pelo corredor da casa ansiosa. Por que ele estava demorando tanto? Que aula era essa tão longa? Será que ele não ia aparecer? A cabeça estava em polvorosa, ela estava ansiosa. Ela estava acostumada com um Hee que cumpria promessas e aquele Hee estava demorando demais a cumprir a promessa dele.

Nove horas e uma mensagem de texto chegou no celular de Ji-Hae.

- Já estacionei o carro, Ji-Hae. O que você vai querer fazer?

- Você quer subir e pedir uma pizza?

- Tem certeza?

- Você prefere outra coisa?

- Não. Não mesmo.

- Então vem logo, oppa.

Ele esfregou o rosto com as duas mãos e saiu do carro, enquanto Ji-Hae se olhava no espelho para ver se estava tudo bem com a sua aparência. Nem ela entendia porque estava tão ansiosa, ao ponto do coração pular uma batida quando a campainha tocou. Ela abriu a porta e Hee estava lá. O cabelo caído, uma camisa polo rosa que destacava cada músculo do peitoral dele. As pernas também chamavam atenção sob a calça jeans de lavagem clara. Hee corou um pouco quando percebeu os olhos de Ji-Hae.

- Posso entrar?

- Claro, oppa, entra.

- Eu trouxe cerveja e pizza pra gente.

- Brigada.

Ji-Hae colocou a cerveja para gelar e trouxe duas latas que já estavam geladas para a bancada.

- Como foi seu dia, Ji-Hae?

Ela resumiu a troca de mensagens e a ligação pra Jong-In.

- E como você está?

Ela pensou um pouco.

- Leve, talvez. Me sentindo livre. Ainda dói, mas acho que não por amá-lo. Acho que mais pela confiança quebrada.

- Você não o ama?

- Não sei, oppa. Realmente não sei. Acho que há muito tempo nos acomodamos um no outro. Claro que há afeto, mas não sei dizer se ainda é amor ou se é companheirismo, sabe? Costume, talvez.

- Entendo...

Hee ficou pensativo. Pensativo o bastante para não perceber que Ji-Hae estava falando com ele.

- Oppa! Você tá aí? - Ji-Hae acenava a mão na frente dele.

- Me desculpa, acho que me distraí. Pode repetir?

- Como foi o seu dia?

- Cansativo, mas foi bom. Sabia que eu vou fechar um contrato semestral com a melhor cafeteria de Gangnam?

Ela riu e apontou para o sofá.

- Vamos ver um filme?

- Vamos.

Ele pegou a pizza e levou para a mesa de centro da sala. Ela levou os guardanapos. Os dois se sentaram lado a lado e colocaram o filme para rodar. Eles estavam assistindo o filme The Divine Fury, sobre a guerra espiritual de um padre e de um lutador de boxe profissional contra demônios. A cada exorcismo que via, Ji-Hae segurava o braço de Hee mais forte. Na batalha final, quando o vilão do filme se transforma em um réptil, ela esconde o seu rosto na curva do pescoço de Hee. Ele, talvez sem perceber, talvez sabendo muito bem o que estava fazendo, a abraçou e encostou o rosto no dela. 

Os olhos se cruzaram. Nenhum dos dois queria ser o primeiro a desviar.  Instintivamente, os rostos foram se aproximando, até que os lábios de Hee tocaram suavemente os lábios de Ji-Hae. Ele se afastou um pouco e esperou a reação dela. Ela colocou a mão na bochecha dele e o acariciou com o polegar. Ele tocou os lábios no dela de novo, dando vários pequenos beijos. Ela passou a mão pela sua nuca, segurando o seu pescoço e o trazendo para mais perto. Ele mordeu o lábio inferior dela, e ela abriu levemente a boca, dando a ele acesso para percorrer o interior de sua boca com a língua.

Do Outro Lado do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora