Enfim, paz.

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Ji-Hae tinha muitos ferimentos em seu rosto. Precisava também passar por uma avaliação do bebê, tendo em vista o tipo de agressão que ela sofreu. Após ela e Sehun serem liberados para visitas, Min-Hwa e Suho apareceram no quarto.

- Amiga, eu fiquei tão preocupada com vocês duas! - elas se abraçaram.

- O Nini? Por que ninguém me falou nada dele?

Min-Hwa abaixou a cabeça, deixando as lágrimas caírem.

- O estado dele ainda é grave. Ele passou por uma cirurgia, mas a bala não saiu, ela se alojou na coluna. Ele ainda não acordou e não sabem se ele vai voltar a andar. Ele estava muito desnutrito e desidratado, e tudo isso atrapalha muito a recuperação dele - Ji-Hae a abraçou e as duas choraram livremente. Por fim, Suho abraçou Min-Hwa por trás e sussurrou no ouvido dela.

- A Ji-Hae Noona e a Go-Euna também precisam descansar, meu amor.

Min-Hwa deu um pouco de espaço para Ji-Hae respirar. Mas os dois, tanto ela quanto Suho, ficariam a noite inteira no hospital, para garantir que Sehun, Ji-Hae e Go-Eun passariam a noite bem.

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No dia seguinte, Ji-Hae acordou por último. Ela estava muito cansada. Sehun e Suho viam as notícias. O rosto de Hee estava estampado no noticiário. Ele havia se matado na delegacia, logo após receber atendimento médico. Se enforcou com o cinto na cela. Ele não estava disposto a ser preso. Algumas horas depois, os médicos deram alta a Sehun e Ji-Hae, mas Jong-In ainda se segurava à vida por um fio. Ambos foram convidados para uma conversa informal com o sargento Min que, dessa vez, preferiu visitá-los na Kamong.

- Então, fora a parte que o senhor Hee contou para vocês durante o sequestro, descobrimos que ele forjou a sua morte usando um dos amantes que a senhorita Lisa Carter teve depois que os dois se separaram. Ele o manteve cativo por alguns meses e fez transfusões sanguíneas regulares para ele nesse período de tempo, inclusive no dia em que o matou, por isso encontramos o DNA dele no corpo. Ele se manteve escondido na casa da mãe, que faleceu no mesmo acidente de carro que matou sua filha.

- Então por isso a Lisa achava que a morte da Bo-Ah era um gatilho para despertar o ódio dele por mim.

- Provavelmente. O fato da filha ter morrido da mesma forma que o seu pai, objeto do ódio dele, pode ter despertados esses sentimentos hostis contra a senhora.

Sehun deu um soco na mesa.

- O senhor tem a coragem de dizer que o crápula que seduziu a própria irmã, que a violentou grávida na frente do seu noivo e do seu primeiro amor tinha SENTIMENTOS HOSTIS por ela? Sentimentos hostis? - Sehun sorriu incrédulo - Olha, sargento Min, o senhor precisa melhorar e muito a sua relação com as vítimas. Primeiro o senhor a chamou de baixinha folgada quando ela corria o risco de perder a sua melhor amiga. Agora o senhor chama tudo o que EU presenciei, todo o inferno que ELA passou de SENTIMENTOS HOSTIS? - Sehun se levantou e apoiou os dois braços na mesa, olhando para baixo. - Sentimento hostil, sargento, é a vontade que eu tô te mandar o senhor tomar no cu nesse momento. Aquilo foi algum tipo de ritual satânico. Por gentileza, não torne a confundir. - e ele se sentou novamente.

O sargento Min achou melhor não confrontá-lo. Com o tempo de experiência no trabalho, sabia que pessoas que passavam pelo que eles passaram há tão pouco tempo poderia causar sintomas como esse surto de raiva. Ou talvez, lá no fundo, o sargento Min soubesse que Sehun tinha razão em reclamar da forma que ele tratava as vítimas. Sem estender a conversa além do necessário, o sargento Min terminou o seu café e se despediu dos quatro amigos.

- Espero não voltar a vê-los a trabalho. - ele deu um sorriso meio sem graça e saiu.

Sehun abraçou Ji-Hae por trás e deu um beijo na sua cabeça.

- Ninguém chama a minha mulher de baixinha folgada. - os dois riram e, quando Ji-Hae se virou para beijar o noivo, foi interrompiada por uma Min-Hwa que tossia um pigarrinho, estendendo a mão direita para ambos.

- Nós não quisemos contar antes, por causa de tudo o que houve, mas o nosso Sehunnie inspirou o Jun-Myeonna.

No dedo de Min-Hwa, descansava um anel, parecido com o de Ji-Hae, talvez um pouco mais discreto. Suho continuou o relato.

- Vendo a animação do Sehunna para organizar tudo para pedir a sua mão em casamento, Ji-Hae Noona, eu me animei e, como estávamos sozinhos em casa, pedi a mão da Min-Hwa em casamento também. Eu até agora não entendo porque ela aceitou, mas parece que vamos ter dois casamentos por aqui.

Min-Hwa e Ji-Hae se abraçaram, dando pulinhos no mesmo lugar, enquanto davam gritinhos e falavam coisas desconexas sobre planejar casamentos. As duas ficaram assim até que Min-Hwa lembrou que precisava ir.

- Amiga, eu tenho que ir ao hospital. Preciso ver o Jong-In. - sua fisionomia ficou pesada de repente.

- Como ele está, amiga?

- Ainda na mesma. Ele parece não querer acordar. Eu pensei em... - ela parou de falar abruptamente.

- No que você pensou amiga? - Ji-Hae perguntou, segurando a sua mão.

- Melhor deixar para lá. Você e o Sehun já passaram por muitas coisas para eu querer forçar mais coisas... - as lágrimas abafavam a sua voz. Sehun se aproximou e descansou cada uma de suas mãos em um ombro das amigas.

- Eu acho a ideia ótima, Min-Hwa. Eu acho que a Ji-Hae deve sim visitar o Jong-In.

As duas o encararam sem entender nada.

- Sehunnie, você tem certeza, amor?

Sehun segurou as duas mãos de Ji-Hae e trouxe até os lábios, dando um beijo suave.

- Ele salvou sua vida, meu amor. Ele se jogou na frente de uma bala por você. Nem se eu fosse o pior babaca da história eu poderia torcer o nariz para uma visita ao cara que salvou a vida das duas mulheres da minha vida. - ele a puxou para um abraço - Vai, Ji-Haeya. Vai ser bom para você acalmar o seu coração. Vai ser bom para ele ouvir sua voz. Eu tenho certeza que ele pode ouvir o que falam com ele.

Min-Hwa embrulhou os dedos na manga da camisa de Sehun, como uma criança faz com os pais quando quer pedir algo, ou quando se sente insegura.

- Você tem certeza de que você vai ficar bem com isso?

Ele puxou Min-Hwa para o mesmo abraço em que ele e Ji-Hae estavam.

- Vou. E se vocês quiserem, eu ainda dirijo até lá.

Do Outro Lado do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora