Cortes viram cicatrizes

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Logo, era dia da reunião de Hee na Kamong. Naquele dia, Ji-Hae estava um pouco mais ansiosa do que de costume. Eles haviam se aproximado bastante naquela semana e, com tudo o que estava acontecendo com Jong-In, ele estava sendo seu apoio. E aquele dia em específico estava sendo difícil. Jong-In havia mandado mais de 20 mensagens de texto e ligado umas dez vezes. A Hyundai havia estendido sua viagem por mais um mês já que ele precisaria atender outro cliente.

- E você aceitou isso, Kim Jong-In?

- Jagi, o que eu poderia fazer?

- Isso me fala muito sobre as suas prioridades.

- Jagi, não, não fala assim, não é isso.

- Eu consigo perceber bem agora onde nosso relacionamento entrava na sua vida e o quão importante não é para você resolver as coisas entre nós.

- Nina, não é isso...

- Bom trabalho, Kim Jong-In. Nos falamos quando e se você voltar.

- Nina, volta aqui, vamos conversar.

- Jong-In, me faz um favor?

- Qualquer coisa que você me pedir.

- Vai à merda, Jong-In. Vai à merda de raquixá!

- Jagi?

- Você deveria ter voltado no primeiro avião que você achasse. Vindo a pé. Vindo a nado. Do jeito que fosse. Agora você quer conversar comigo sobre a porra do seu caso POR MENSAGEM? NUMA LIGAÇÃO? E no meu horário de trabalho? Até onde mais você vai pra me desrespeitar e me diminuir, Kim Jong-In? O quão baixo você ainda consegue chegar pra me machucar?

- Jagi...

- Jagi é o cacete, você não tem o direito de me chamar assim. Meu nome é Min Ji-Hae e é assim que eu gostaria que você me chamasse de agora em diante.

- Tudo bem, Ji-Hae. Você está certa. Mas eu também não posso voltar agora.

- Então não temos nada o que conversar.

Ele enviou mais um monte de mensagens depois disso. Ji-Hae sequer se deu o trabalho de ler. Min-Hwa tentou começar uma conversa.

- Ji-Hae, você deveria ouvir o Jong-In. Ele nunca foi mulherengo, algo deve ter acontecido para que ele se comportasse assim.

- Min-Hwa, eu amo você. Você é minha melhor amiga. Mas se você, sabendo de tudo o que está acontecendo, mesmo depois de ver seu irmão dormindo na cama de outra mulher, for defender ele pra mim, eu prefiro que você não fale nada, porque no meio desse inferno todo, eu me importo com você ao ponto de querer manter a sua amizade independente do canalha do Jong-In.

Min-Hwa apenas assentiu com a cabeça e saiu de trás do balcão, indo pro lado de fora fumar um cigarro. Ji-Hae bufou de raiva. Sua amiga sofreu para largar o cigarro e, depois de dois anos, até isso Jong-In conseguiu estragar. Havia muito a arrumar, no entanto, então ela resolveu enfiar a cabeça no trabalho e não pensar em mais nada. Elas haviam recebido uma grande quantidade de produtos dos fornecedores e o estoque estava uma bagunça. E assim ela foi arrumar as coisas.

- Por que eu tinha que ser tão pequena? - ela reclamava enquanto arrastava a escada para organizar as prateleiras de cima.

Ji-Hae nunca gostou de altura, muito menos de escadas. Ela sempre se sentia mal lá em cima, meio tonta. E dessa vez a tonteira veio mais forte do que o esperado e ela acabou caindo. No entanto, o impacto com o chão nunca aconteceu. Ela sentiu apenas braços fortes e um cheiro familiar a segurando.

Do Outro Lado do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora