Escombros

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Min-Hwa chegou nervosa na cafeteria. Ela olhava para o celular, andava de um lado para o outro e parecia claramente confusa. Ji-Hae, no entanto, não estava à vista. Provavelmente estava no estoque ou na sala de reuniões com Sehun. Mas ela precisava falar com ela. A noite havia sido confusa, cheia de surpresas, talvez desagradáveis mas elas definitivamente precisavam conversar. Min-Hwa nunca esconderia algo tão sério assim de Ji-Hae, embora ela não estivesse sendo muito sincera sobre algumas coisas. Não é que ela estivesse mentindo, ela apenas não estava contando tudo sobre ela e Jun-Myeon. Eles estavam se vendo desde que Ji-Hae o contratou, mas tantas, tantas coisas aconteceram e provavelmente sua amiga já estava tão magoada que ela não queria esfregar felicidade na cara dela. Muito menos trazer mais problemas. 

Só que esse problema, não tinha como ser ignorado ou evitado. Ji-Hae certamente ficaria muito desapontada, mas ela precisava contar. Ela precisava falar o que aconteceu naquela noite, mostrar aquelas mensagens que foram trocadas, do contrário ela não seria apenas iludida, ela também seria traída. 

Ambas passaram por muitas coisas juntas nos últimos anos e, independente dela ser namorada do NIni, Ji-Hae foi a melhor amiga que Min-Hwa poderia ter tido. Ji-Hae esteve ao lado dela quando seu noivo e ela foram assaltados e ele foi morto. Ji-Hae nunca deixou de cuidar dela nesse período, principalmente quando ela descobriu que havia perdido o bebê que ela nem sabia que estava esperando por causa do choque. Ji-Hae a levou para sua casa e cuidou dela, como cuidaria de uma irmã, por vezes até lhe alimentando com colheradas na boca e a levando para o banheiro para lhe dar banho, pois nem para isso ela tinha forças. Foi ela também que tirou os remédios da sua mão quando ela pensou em acabar com tudo. Foi ela que a ajudou a celebrar anualmente o memorial do seu pai, que morreu de cirrose esperando por um fígado, já que sua mãe, vítima de violência doméstica durante o tempo que foram casados, se recusava a preparar o memorial.

Por fim, Ji-Hae apareceu. Ela e Sehun desceram rindo da sala de reuniões e ele lhe foi preparar um capuccino. Ji-Hae era uma pessoa muito centrada, mas se tinha duas coisas na vida que ela não conseguia resistir, definitivamente, eram o espresso e o capuccino que Sehun preparava para ela.

- Sehunnie, prepara um chá verde para mim também?

- Sim, Min-Hwa Noona. 

- Leva pro escritório. A Ji-Hae e eu precisamos ter uma conversa.

Ji-Hae olhava para ela com um olhar inquisidor. Min-Hwa parecia séria demais para uma conversa antes das 11 da manhã. Algo havia acontecido e ela sabia. As duas foram para o escritório em silêncio.

- Min-Hwa, o que houve?

- Eu prefiro esperar o Sehun entrar para conversarmos sem interrupções, Ji-Hae.

- Está tudo bem? Sua mãe está bem?

- Está sim.

- Aconteceu alguma coisa com o Jong-In?

- Não, também não é sobre ele. 

- Fala logo, amiga.

- Por favor. Espera o Sehun chegar e...

Ela foi interrompida por uma batida na porta. Sehun havia trazido as bebidas e, quando ele estava saindo, foi chamado pela Min-Hwa.

- Eu soube que você foi excelente no dia que a Ji-Hae precisou ser acalmada, no meio de uma discussão com o senhor Hee. É verdade?

- Eu só a ajudei a respirar para se manter calma, Min-Hwa Noona. 

- Nós duas precisamos de privacidade, mas não fique muito longe.

Do Outro Lado do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora