Every rose has its thorns

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Havia algumas semanas que as coisas estavam tranquilas. Ji-Hae continuava se encontrando com Se-Hun secretamente quando ficavam até mais tarde na cafeteria e sua relação com Hee estava começando a parecer um pouco mais séria, embora isso tivesse alguns pontos que incomodassem Ji-Hae. Ele era ciumento e frequentemente tinha rompantes de ironia com Se-Hun e Jun-Myeon.  Min-Hwa sempre intervia quando se tratava de Jun-Myeon, mas Ji-Hae se sentia um pouco constrangida quando ele implicava com Se-Hun. Ela sentia medo que alguém percebesse o seu interesse nele e, assim, acabava permitindo que ele ouvisse algumas piadas completamente desnecessárias. Até que aquele dia chegou. 

Min-Hwa havia recebido uma ligação de Jong-In duas semanas atrás. Ele pediu perdão por tudo o que havia feito e pediu para Min-Hwa se certificar que Ji-Hae teria uma pessoa ao lado dela que fosse de bom caráter e não a magoasse como ele. Pediu que ela tomasse conta da mãe e que dissesse, caso a senhora de saúde frágil se preocupasse, que ele havia sido transferido opara a filial da China e que ficaria muito tempo sem conseguir tirar férias ou licenças para voltar à Coreia. Por fim, se despediu da irmã, dizendo ter certeza que, do jeito que as coisas estavam, ele não conseguiria mais voltar para casa, nunca mais.

Tanto ela quanto Ji-Hae estavam muito, muito preocupadas. Ambas concordavam que o discurso de Jong-In parecia mais como a despedida mórbida de um suicida do que com um homem que havia decidido recomeçar uma vida num país diferente. Ji-Hae sentia medo, sentia muito medo. Ela tinha medo de que a traição de Jong-In nunca tivesse acontecido e, por mais que ainda assim ela não tivesse planos de voltar para ele, era assustador que ele pudesse estar pensando em se matar por causa do término. Já Min-Hwa achava que era algo mais grave. Talvez Jong-In tivesse descoberto algo muito comprometedor dos executivos chineses para quem estava trabalhando e estivesse numa situação de risco de morte. Talvez estivesse sendo ameaçado, talvez tivesse sido sequestrado.

Hee havia conversado com seu primo, mas já havia se passado seis semanas e ele não tinha nenhuma notícia de Jong-In, nem a polícia chinesa. Na última conversa que Hee e ele tiveram, seu primo sugeriu que talvez Jong-In realmente tivesse se apaixonado por outra mulher e decidido largar tudo para viver uma vida de prazer com ela. Segundo ele, era comum que isso acontecesse, embora ele nunca havia visto acontecer com um homem jovem, como Jong-In.

Jong-In não parecia estar em lugar algum para ser encontrado. E isso era torturante para Ji-Hae. Eles viveram juntos por muitos anos, então era normal que ela sentisse sua falta. Ela se sentia culpada, mesmo sabendo que ela não cometeu nenhum erro. Mas, ainda assim, era como se um buraco negro estivesse crescendo no seu estômago, um pouco mais a cada dia. Se-Hun já havia aprendido a lidar com esse lado de Ji-Hae: ele se mantinha à distância que ela determinava. Quando ela queria desabafar, ele a ouvia. Quando ela estava irritada, ele se mantinha distante e jamais guardava rancor. Quando ela precisava estravazar, ele disponibilizava seu corpo para ela usar da melhor maneira possível. Além disso, ele não sentia necessidade de mais do que ela oferecia. Ele estava satisfeito com as coisas do jeito que era. Hee, no entanto, era ganancioso. Ele chegou a um momento da relação em que o tanto que Ji-Hae estava disposta a se entregar era sempre menos do que ele estava disposto a receber. E foi assim que os conflitos começaram.

Hee pareceu na cafeteria logo depois do pico de movimento matinal. Ji-Hae estava de bom humor, como acontecia sempre que ela e Se-Hun ficavam até mais tarde na Kamong. Uma noite de sexo com ele era capaz de melhorar o humor dela por pelo menos quatro dias inteiros.

- Oppa, que bom que você chegou! Faz tempo que você não vem aqui sem ser para as suas reuniões. Deve estar indo em outra cafeteria agora. - ela fez um beicinho, o que levou Hee a uma risada.

- Longe de mim ir até outro lugar e me decepcionar com a qualidade do atendimento e do café. - ele a abraçou e deu um beijo na sua testa, antes de sentar. - Vem, senta aqui comigo.

Do Outro Lado do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora