Eu te espero, mas não aqui

9 4 2
                                    

Por fim, desistiram do jantar de equipe. O dia havia sido emocionalmente cansativo para Ji-Hae e para Min-Hwa e as duas só queriam ir para casa tomar um banho quente. Se despediram de Se-Hun, o novo queridinho das clientes e conversaram um pouco sobre as vendas do dia.

- Nossa, como esse menino trabalhou hoje, Ji-Hae. A mulherada chamava o coitado o tempo todo. Teve uma que eu contei: ela chamou o bichinho oito vezes, Ji-Hae, oito vezes.

As duas gargalharam.

- Olha, mas em contrapartida, ele deve ter batido algum tipo de recorde mundial de gorjetas por hora. Ele deve ter levado uns 100 dólares em gorjeta só hoje. 

- Até eu queria dar gorjeta para ele, Ji-Hae.

As duas riram mais uma vez.

- Me deu peninha dele, sabe?

- Por quê?

- Ele veio me perguntar como nós faríamos a divisão das gorjetas dele entre nós. Eu disse que ele as ganhou pela sua competência e por ser bonito, logo não tínhamos direito a nenhum centavo e ele poderia ficar com tudo. Ele ficou tão feliz, Min-Hwa... Ele tá estudando pra concurso público e tem vivido de comida de loja de conveniência.

- Ai, tadinho. Por isso você queria fazer o jantar de equipe?

- Sim. Ele trabalhou bastante hoje. Não reclamou de nada, e ficou sinceramente preocupado quando você saiu e demorou a voltar. 

- Ele parece ser um bom menino, né?

- Parece sim.

- E a entrevista do outro rapaz?

- Ia ser bem na hora que você estava desmoronando por causa da discussão com o Jong-In. Eu pedi pro Se-Hun remarcar para amanhã. De forma alguma eu ia entrevistar alguém sabendo que você precisava de mim ali.

- Brigada, Ji-Hae. Mesmo. E obrigada por me colocar pra falar com o Jong-In.

- Vocês ficaram bem? Se acertaram?

Min-Hwa respirou fundo e se jogou para trás  na cadeira.

- Eu to muito desapontada com ele ainda, Ji-Hae, muito. Ele sabe bem como a mamãe sofreu com os casos que o papai teve, mesmo sendo pequeno quando ele foi embora. É dolorido demais para mim ver que ele se tornou como o papai. Eu não sei nem como a mãe vai reagir.

- Ele não é como o seu pai, Min-Hwa. Tenho certeza que foi um acidente isolado. A nossa relação já não era a mesma faz tempo.

- Não, você não precisa defendê-lo. E nós dois estabelecemos alguns limites na nossa relação. 

- Você acha que vai funcionar?

- Não, porque ele nunca vai deixar de me perguntar por você. 

As duas riram mais um pouco.

- E o Hee? Vocês estão namorando mesmo?

- Não, não é assim.

- Então como é?

- Somos amigos. Somos muito amigos. Ele me segurou por muitas vezes quando estourou a merda toda com o Nini. Porém somos amigos com alguns benefícios.

- Sua indecente! - Min-Hwa deu um tapa de brincadeira no ombro de Ji-Hae

- Indecente seria se eu dormisse com um estranho. Amigos deitam para conversar.

- Entendi sua linha de raciocínio - Min-Hwa disse no meio de uma gargalhada. Logo depois sua voz voltou a ficar séria. - Mas você sabe que ele tem sentimentos reais por você, não sabe?

Do Outro Lado do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora