Capítulo 6.

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GAEL SANTORO

— Tem algo para me dizer, “fratello”? — Pergunta ele, utilizando um tom debochado. — Acabo de saber que se casou, mas não quero acreditar que tenha sido com a irmã da vadia que quase matou Giulia. Então, apenas diga-me que foi com qualquer cagna, menos com ela. — Permaneço imóvel e em silêncio, em uma confusão interna sobre o que ou não fazer.

Giovanni vai querer machucá-la e não sei se estou preparado para apenas abaixar a cabeça para isso.

— Irmão, la ragazza não fez nada a Giulia. Foi um acidente. — O mesmo dá uma risadinha baixa.

— Traga-a aqui, quero ouvir da boca dela. — Não me movo e ao perceber minha relutância, ele diz: — Como seu capo, ordeno-lhe que traga il figlio di puttana até aqui. — A contragosto, saio do escritório e vou até o quarto.

Acabo por encontrar Donna já vestida, a mesma encara-me e parece perceber que algo está errado.

— Aconteceu alguma coisa? — Sua pergunta tira-me de meus devaneios, então digo:

— Giovanni quer vê-la, me acompanhe. — Sussurro, a mesma arregala os olhos e faz que “não” com a cabeça.

— Não, ele vai me matar! Não vai pensar duas vezes em fazê-lo, olha, não me importo em morrer. Mas antes preciso encontrar Danna e me assegurar que ela está bem. Então ele ou você podem fazer o que quiser. — Fala nervosamente, o que me deixa irritado.

— Ele não irá machucá-la, não vou permitir que isso aconteça. E se sua irmã realmente não fez nada a Giulia, não tem porquê temer. — Rosno e estendo a mão para ela, que com receio a pega e seguimos para o escritório.

DONNA SORRENTINO

Gael e eu paramos em frente a porta do recinto, engulo seco quando o mesmo a abre e se põe a minha frente, adentramos o espaço e logo os olhos mortíferos de Giovanni estão em mim. Sua visão sobe e desce insistentemente por todo o meu corpo, tanto que Gael rosna chamando sua atenção. Giovanni se prepara para falar algo:

— Então estamos nos vendo novamente, Donna Sorrentino? — Sua voz é tão áspera quanto a de Gael.

Giovanni é um homem atraente, mas nunca foi mais do que Gael. Que foi meu amor platônico durante muitos anos.

— Infelizmente estou tendo essa honra. — Sussurro desgostosa e o mesmo sorri.

— Lembro que você tinha uma língua bem afiada e pelo que parece, ainda a tem. — Levanta-se e para em minha frente. — Está com medo?

— Não, deveria? — Arqueio a sobrancelha, tentando não demonstrar o pavor que estou sentindo.

— Sua irmã machucou minha sorellina e acho que alguém tem que pagar por isso.

— Danna não fez nada a ninguém. Ela não tocou num fio de cabelo de Giulia, foi um acidente. Danna era apenas uma criança... — Digo entre dentes.

— Se é assim, pode explicar porquê diabos vocês fugiram? — Engulo seco, preparando-me para contar tudo mais uma vez.

— Então... — Começo a contá-lo tudo, o mesmo mantém sua atenção exclusivamente em mim. — E recentemente voltei para a Itália, para procurá-la. Mas infelizmente já não encontrei onde a deixei, se você ainda quiser me matar pode ir em frente, só deixe-me achar Danna e garantir que ela esteja bem. Depois você pode fazer o que quiser comigo. — Sinto Gael apertar minha cintura, Giovanni olha para onde a mão de seu irmão está tocando e um sorriso malicioso cresce no canto esquerdo de sua boca, dizendo:

O Juiz Mafioso (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora