Capítulo 24.

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DANNA SORRENTINO

Tais palavras chegam aos meus ouvidos, deixando-me inerte ao que acontece à minha volta.

Sua esposa? Como assim?

— D-Do que está falando? — Pergunto em um fio de voz, pois não acreditava no que acabara de ouvir.

— Não gosto de repetir, tenho certeza de que escutou-me muito bem. — Sua voz fria me faz sentir raiva.

— Não posso me casar. Lembre-se que sou noviça. — Digo, tentando fazê-lo mudar de ideia.

— Investiguei sua vida e adivinha? Você não fez seus votos... — Engulo seco.

— Já parou para pensar que pode não ser minha vontade?

— E você? Já parou para pensar que estou pouco me fodendo se tens vontade ou não? — Diz e cerro os punhos, desejando pela primeira vez dar um soco em alguém.

— Não vou me casar! — Quase grito e quando dou por mim, ele está bem perto e olha-me mortalmente.

— Você vai casar comigo, nem que seja com uma arma apontada para sua cabeça. É melhor colaborar comigo, cucciolo. — Dito isso, ele friamente deixa um beijo em meu rosto e se vai de seu escritório.

Esse homem é o próprio mal encarnado! Que os céus me protejam... — Retiro um terço de meu bolso e faço o sinal da cruz, levando minha mão até meus lábios.

DONNA SORRENTINO

Ponho meu pequeno Tesoro em seu berço, acabo de amamentar-lhe. Ouço a porta se abrir e olho em sua direção, vejo Dominic adentrar o quarto de Luca.

O mesmo aproxima-se de mim e segura-me pela cintura, olhando para meu filho e sorrindo.

— Ele realmente se parece com você. — Diz e como em todas as raras vezes, sorrio contidamente.

Como descrever nossa relação durante esses meses que se passaram?

Bom... Foi o mais estranha possível!

Dominic muitas vezes foi carinhoso, mas o simples fato de lembrar de Gael o fazia ficar irado. Imagine quando o mesmo soube que havia colocado o sobrenome Santoro, ele só não partiu para a violência por eu estar de resguardo.

— Donna, você me prometeu... — Sussurra em meu ouvido, logo já me recordo sobre o que o mesmo está falando.

— Por favor, tenha só mais um pouco de paciência. — Digo e o mesmo grunhe em descontentamento. Então deixa um beijo e mordisca a curva de meu pescoço e tudo o que sinto é nojo.

— Por quê? — Questiona ao se afastar de mim, suas mãos seguram meu rosto e sinto seu hálito com cheiro de menta. — O que o Santoro tem que eu não tenho? — Sua pergunta me pega desprevenida, engulo seco sem ao menos saber o que respondê-lo.

Tenho que reconhecer... Dominic é um homem bonito! Mas não é por quem estou apaixonada... — Tomada por uma coragem, o respondo:

— Gael tem meu coração. — Faço uma pausa e logo continuo: — Dominic, isto é algo que vai além do meu controle e para ser mais verdadeira, tenho raiva de mim mesma por amá-lo, quando muitas vezes me fez mal e até chegou a ordenar que me castigassem por algo que não fiz, além de traições... — Falo desgostosa e por um momento penso se realmente devo voltar para perto de Gael.

Tudo será como antes? Preciso de uma certeza... Pois agora não se trata somente de mim, agora tenho meu filho!

— Donna, desejo tanto você... Que posso me contentar com as migalhas que você pode oferecer. Apenas fique comigo... — Então ele faz algo que jamais fez durante todo o tempo em que me trouxe para cá.

O Juiz Mafioso (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora