Capítulo 19

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Quando Donna não pôde mais ouvir os gritos e lamentos de Antonina, ela automaticamente constatou que Gael havia acabado com sua vida naquele mesmo momento.

Então levantou-se e saiu de seu quarto, ela refez o mesmo caminho que fizera muitas e muitas vezes em sua infância e adolescência. Até lembrou que uma vez quando criança, encontrou Gael no corredor e aquela foi a primeira vez que ele a olhou diretamente nos olhos, mas os olhos dele naquele tempo já eram frios como agora.

Naquela época, Gael já estava começando a ser treinado para assumir a máfia. Mas como o Sr. Santoro (pai dos gêmeos) nutria um ódio por Giovanni, por ele não querer negócios com a máfia, resolveu que deixaria o cargo de Capo para ele.

Então mesmo pequenino, Gael já era frio. Pois as circunstâncias assim quiseram e fizeram.

Donna acabou por parar à beira da escada. Pois mais para baixo, Gael a encarava com um cenho franzido, seu telefone estava em sua mão já que ele havia acabado de fazer uma chamada para um de seus contatos. Ele questionou:

— Pedirei para alguém levar seu café da manhã, não posso prepará-lo. Infelizmente tenho que sair... — Diz desgostoso e com uma aparência decadente.

Donna sente uma vontade imensa de ir até ele e envolvê-lo em um abraço. Mas os últimos acontecimentos a impediam de fazer tal coisa, então ela se contentou em somente balançar a cabeça positivamente.

Gael deu um passo para a frente e subiu a escada lentamente, com seus olhos sobre os dela. Donna engoliu seco e por um momento pensou em afastar-se para trás, mas por algum motivo ela resolveu permanecer no mesmo lugar.

Quando já estavam bem próximos, o mesmo aproximou seus lábios aos dela e deixou-lhes um beijo casto, que aqueceu o interior de Donna. Ele até tentou intensificar o beijo, mas ela afastou-se e disse:

— Não Gael, não podemos... Não consigo perdoá-lo e não será um beijo que apagará todas as minhas mágoas e ressentimentos. Então por favor... Peço-lhe um tempo... — Com o coração nas mãos, Gael assentiu e sentiu um gosto amargo em seu paladar.

Era na verdade, o gosto do arrependimento e da culpa. — Sim, culpado por não ter ido atrás da verdade antes de castigá-la! — Pensou ele.

— Vou dar o tempo que você quiser. Eu até irei passar alguns dias hospedado em algum hotel, para que você sinta-se a vontade. Só não me peça para lhe deixar ir, porque isso jamais acontecerá. — Donna já sabia que Gael nunca a deixaria ir embora, então não se esforçaria para tentar convencê-lo. E no fundo não queria ir, ela só não sabe ainda.

— Sei disso e não vou perder meu precioso tempo tentando fazer com que aceite a ideia de me deixar ir embora. — Diz em voz branda.

— Certo. Irei recolher algumas mudas de roupa, essa mesma noite irei dormir fora. Nos vemos... — Assim ele passou por ela e foi para o quarto. Donna sentiu um vazio, mas sabia que aquilo era o melhor para os dois.

ALGUNS DIAS DEPOIS...

DONNA SORRENTINO

Ao amanhecer, saio de meu quarto e começo a rondar a mansão e então vou para a cozinha. Já faziam duas semanas que Gael havia ido para o hotel, o mesmo me ligou algumas vezes para saber se o bebê e eu estávamos bem e se eu estava me alimentando bem. Ele não falou nada sobre voltar para casa e sinceramente quis perguntá-lo, mas meu orgulho não permitiu e sei que foi a melhor escolha que tomei.

— Sabia muito bem que ele continuaria sendo o garanhão de sempre. — Ouço uma das cozinheiras falar.

— Hm... Por um momento pensei que ele não iria querer mais muitas mulheres. Achei que a Sra. Santoro seria suficiente! — Diz outra das senhoras (responsável pela limpeza) e meu coração começa a palpitar, enquanto meus olhos marejam.

O Juiz Mafioso (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora