Em uma noite chuvosa, uma tragédia marca a vida de duas irmãs. Que são forçadas a se separarem para não sofrerem um golpe do duro destino.
Depois de dez anos, Donna retorna a Itália para reencontrar sua irmã, mas descobre que a mesma já não se enco...
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DONNA SORRENTINO
Quando olhei para meu marido, o vi tão abatido e chorando ao pé da cama em que eu estava, que senti meu coração acelerar, tanto que o monitor multiparâmetro parecia que iria explodir a qualquer momento.
— Gael...? — Sussurrei e quando seus olhos encontraram os meus, ele apressou-se e me envolveu em um abraço com cuidado. Em seguida, se afasto um pouco e enxugou seu rosto, que fora molhado pelas lágrimas. — O que aconteceu? — Pergunto, ansiosa para saber porquê ele estava chorando tão desesperadamente.
— Não lembra de nada? — Questiona e faço que “não” com a cabeça. — Você levou um tiro. — Tomo um leve susto e como resultado, sinto um desconforto em meu abdômen. — Queria conversar mais um pouco, mas tenho que chamar um médico para examiná-la. Logo venho para vê-la, certo? — Assinto e o mesmo sai, deixando-me sozinha. E alguns poucos minutos depois, um homem totalmente vestido de branco adentra o quarto.
GAEL SANTORO
Espero pacientemente que o médico realize os exames necessários para ver se Donna está bem. O alívio tomou o lugar da preocupação que senti nas últimas horas e mesmo que não tivesse dormido quase nada, não sentia cansaço. Acabo por perceber uma movimentação no elevador e vejo Giovanni e sua esposa saindo do mesmo, Danna segurava um bebê em seu colo e logo pressupus que fosse meu filho, Luca.
Vou até eles, ansioso para ver meu pequeno e levá-lo para a mãe. Que com certeza está agoniada para vê-lo.
— Giovanni. — Cumprimento-o com um aperto de mão. — Cognata. — Danna sorri levemente e meu entrega meu filho. — Mio figlio, papai estava com tanta saudade. Sua mãe com certeza também está e logo o levarei para vê-la, sim? — Beijo sua testinha e então ouço:
— Como Donna está? Espero que esteja tudo bem! — Pergunta Danna e então suspiro.
— Antes de tudo, ela está bem e já acordou. O médico está fazendo alguns exames para saber se está tudo certo. Mas... — Suspiro, já que não seria fácil falar as próximas palavras. — Nós quase a perdemos... Donna, quase perdeu a vida... — Sussurro. Vejo que os olhos de Danna marejam e ela olha para meu irmão, que abaixa a cabeça e então ela diz:
— Era isso que estava escondendo de mim? — Perguntou, parecendo magoada e com razão. — Ela quase perdeu a vida e você estava escondendo isso de mim?
— Foi para poupá-la! Como iria simplesmente falar algo assim? — Giovanni tenta se defender, mas sabe que está errado.
— Já chega, vocês dois! Não é hora e nem lugar para discutir. O importante é que agora ela está bem e não corre mais risco de vida. — Digo, balançando levemente meu pequeno Luca em meus braços.
Uma porta é aberta e chama nossa atenção, o médico sai acompanhado por uma enfermeira e então se aproxima de nós.
— Oh, são os outros familiares da Sra. Santoro? — Questiona, Giovanni e Danna assentem e ele diz: — Entendo, muito prazer! Sou Leonardi Bianco, médico responsável pelo quadro da Sra. Santoro. Bom... Tenho ótimas notícias! — Ele toma um pouco de fôlego e continua: — A Sra. Santoro não apresenta mais nenhum risco de vida e como médico, não sei o que pode ter acontecido para quase levá-la a morte. Mas como pessoa, digo que estamos a frente de um verdadeiro milagre. — Sorrimos, todos contentes. — Se quiserem, podem entrar para falar com ela. — O mesmo dá as costas, mas eu o chamo antes que ele possa se afastar. — Sim?
