Capítulo 17.

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DANNA SORRENTINO

Nos encaravamos com um ponto de interrogação em nossas mentes, nós já tínhamos nos encontrado em algum lugar antes. — Por que parece que estamos na mesma situação? — Pergunto-me internamente, mas saio de meus pensamentos quando a mulher ao lado resolve perguntar:

— Qual o seu nome?

— Danna, Danna Sorrentino. — Digo e isso faz com que a estranha arqueasse a sobrancelha e logo retruco: — E o seu?

— Ãm? Eu... É... Meu nome? — Perguntou nervosa e somente assenti. — Bem, meu nome é Marina, Marina Campello. — Sussurrou em um fio de voz.

Volto-me para o lado interno do quarto em que estou e observo horrorizada para a figura próxima a porta. Marina provavelmente sabe que poderia ser alguém, pois ouço-a fechar a janela.

O homem observa-me com seriedade e utilizando uma voz gélida, ele questiona:

— Com quem estava falando? — Estremeço e tento disfarçar o máximo que posso, mas o medo que estava sentindo, denunciava meu nervosismo interno. No fundo sentia que a moça ao lado poderia estar na mesma situação e poderia ser ruim para nós, caso eu falasse algo. Porém, as doutrinas de minha Igreja denegriam a mentira e me sentiria muito mal por mentir.

Mas nesse momento, sinto que é preciso, então digo com a voz embargada e dificultosa:

— É que... Tenho mania de conversar sozinha... — Abaixo a cabeça e começo a admirar meus pés, coloco minhas mãos para trás para evitar que ele pudesse vê-las tremendo. — Não fui uma criança de possuir amizades. Sempre conversei sozinha e mantive isso em mim até mesmo depois de adulta. — Completo, para parecer-lhe mais convincente.

— Oh, é mesmo? Deveria parar com isso, alguém pode achar que você é louca e acabar lhe mandando para um clínica psiquiátrica. Eu por exemplo, quase fiz isso. — Diz e sorri ironicamente.

O estranho dá mais alguns passos para frente e se põe a uma distância considerável à mim. Então diz:

— Vamos, acompanhe-me. — Ainda com sua voz fria, engulo seco e mesmo apavorada pela situação, resolvo não contrariá-lo. Assim nós seguimos para fora da habitação e caminhamos por um extenso corredor.

Esse lugar... Não me é estranho! — Penso comigo mesma, enquanto observo os arredores. Até que nós chegamos à beira de uma escada e a descemos, o homem mantinha suas mãos em seus bolsos. As mangas longas de sua camisa estavam abarrotadas e mostravam que ele possuía algumas tatuagens por seu corpo.

E cada vez mais o sentimento de reconhecimento me atingia, até o momento em que parei para ver as grandes vidraçarias cobertas por cortinas brancas.

Já estive neste lugar, sinto como se já tivesse estado aqui antes!

— Ei, você! — Ele chama minha atenção para si. — Continue andando. — Assinto e assim nós seguimos até uma mesa, onde havia algumas comidas e bebidas. — Sente-se e coma. — Com dificuldade faço o que ele ordena, então senta-se à minha frente. Fico um pouco receosa em colocar algo na boca e como se estivesse adivinhando, ele diz: — Não está envenenado. Se quisesse matá-la, teria feito isso antes mesmo de trazê-la para cá. — Mesmo que não o conhecesse, tenho que reconhecer que ele está certo.

Acabo por engolir seco o medo que estou sentindo e pergunto:

— Onde estou?

— Ainda estamos na Itália, se é o que quer saber. — Suspiro em alívio.

— Onde estamos exatamente? — Volto a questionar.

— Estamos no interior. — Assinto.

— Bom, lembro que sofri um pequeno acidente. Será que você poderia me ajudar a voltar para casa?

O Juiz Mafioso (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora