fourteen

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victor augusto, point off view

Como diria minha mãe, o que não tem remédio, remediado está

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Como diria minha mãe, o que não tem remédio, remediado está. Eu teria que ficar sem Bárbara por algumas horas? Paciência. Pelo menos sei que estava fazendo isso para ir embora comigo de vez. Ficar longe dessa família de merda e esquentar minhas noites frias.

Estava agora deitado na cama, os braços atrás da cabeça, apenas com a boxer, exatamente como Bárbara me deixou há exatas duas horas. Gargalhei sozinho ao me lembrar da cena em sua casa. O que aquelas jacaroas estavam pensando? Humilhariam minha gostosa, na minha frente? A cara de tacho deles foi hilária. Onde, pelo amor de Deus, eles enxergavam perfeição em Maya e não viam em Bárbara? Em matéria de beleza eu não poderia dizer muita coisa, afinal mal olhava duas vezes para Maya.

Bárbara não, essa era perfeita. Encolhi-me todo na cama só em lembrar da perfeição do corpo pequeno e sexy, o rosto delicado moldado à mão. Tem pai que é cego mesmo. E pensar que essa mulher agora era minha. Completamente minha.

Aliás, já estava fazendo falta aqui. Liguei meu celular para falar com ela, entretanto ele tocou no mesmo instante. Analisei as chances de não atender mais uma vez e ser um homem morto.

A probabilidade era de mais de noventa por cento. Melhor atender. Suspirei e sorri como se houvesse alguém à minha frente.

-- Oi mamãe, que saudade.

-- Victor você já saiu do playground? Porque agora quero conversar sério.

-- Que isso, mãe? Assim me ofende, sabia?

-- Estou preocupada com você. Por favor, fale sério.

Merda. Dava para notar realmente a preocupação em sua voz.

-- Tudo bem, mãe. Vou falar sério agora.

-- Você disse que estava em Oxford.

-- Sim.

-- Com...Ah meu Deus.

-- Com uma mulher, mãe. Olha, eu me apaixonei por ela. E logo em seguida Beatrice perdeu nosso bebê e descobri que foi por causa de uma doença sexualmente transmissível. E antes que você comece a imaginar que foi essa mulher que me passou isso, eu digo: Não. Beatrice e eu estávamos há semanas sem sexo quando conheci a Bárbara.

-- Jesus, como ela teve coragem de trair você? Ainda mais estando grávida?

-- Pois é, mãe. Vadia até o último fio de cabelo.

-- Olha, meu celular está no viva voz. Seu pai e Carol estão rolando de rir aqui. Querem ver você.

-- Estou indo para casa no máximo até amanhã.

-- E essa moça, Bárbara?

-- A mulher mais linda do mundo.

-- Então traga-a para que possamos conhecê-la.

𝗹𝘂𝘅𝘂𝗿𝗶𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora