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Bem longe, mas de uma forma irritante, eu ouvia a campainha atrapalhando meu sono. Eu sentia que tinha que me levantar da cama e atender a merda da porta mas meu corpo simplesmente se recusava a obedecer. Confundindo sonho e realidade, estiquei meu braço, encontrando o vazio ao meu lado. Resmunguei algo parecido com Bárbara e logo a resposta veio numa voz atrevida e rouca.
-- Continue dormindo, infeliz. Atenderei a porta.
Com muito esforço, abri apenas um olho e vi Bárbara de pé, perfeitamente bem vestida com um top azul e calça moletom preta. A roupa destacava bem o barrigão de sete meses. Prendeu os cabelos num coque frouxo, mas eu a segurei pelo braço.
-- Deixe que eu mesmo atendo.
-- Deixe que eu mesmo atendo. --Ela debochou, imitando minha voz.
-- Está morto ai, Victor. Isso porque o bebê nem nasceu ainda. Quero ver quando ele passar horas chorando.
-- Nem vem com palhaçada que meu filho será comportado.
Falei, já me levantando da cama, ainda meio grogue. Isso que dá querer encher a cara. Sai com o Josh no dia anterior enquanto Bárbara e Carol saíam às compras. O vagabundo era ainda mais rápido que eu. Três meses de namoro e já estava noivo. Pelo menos não ia se casar primeiro que eu, já que nesse final de semana finalmente Bárbara e eu nos uniríamos oficialmente.
-- Se puxar ao pai, duvido. Agora me deixe atender a campainha. Tenho certeza que é Carol. Combinamos de sair hoje.
-- Porra, de novo?
-- Dessa vez o assunto é dela, Victor. Eu apenas darei apoio moral. --Estreitei meus olhos, desconfiando daquele papo.
O que aquela peste aprontaria agora?
A campainha berrou novamente ainda mais impaciente e eu revirei meus olhos. Deveria mesmo ter continuado morando em apartamento. Pelo menos assim teria o porteiro para barrar a entrada de qualquer engraçadinho. Ou então deveria colocar um muro enorme, ou alarme... sei lá. Qualquer coisa que impedisse esses loucos de chegarem tocando a campainha sem serem convidados.
-- E eu vou fazer o que?
-- Ah, Tim disse que espera por você hoje.
-- Boa coisa não deve ser.
-- Deixe de ser reclamão, Victor. Por que não desprega essa bunda daí e vai tomar um banho?
-- Vai me esperar?
-- Claro que não. Sabe como sua irmã é.
-- Então venha aqui.
Pedi, fazendo biquinho e logo ela estava ao meu lado. Abracei-a e enterrei meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro sempre delicioso.