thirty

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victor augusto, point off view
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Dezesseis horas de uma sexta-feira nublada

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Dezesseis horas de uma sexta-feira nublada. Ventava e despenteava ainda mais meus cabelos. E eu pouco me importava. Estava nervoso e ansioso. Olhando a todo instante para a entrada esperando ansiosamente, a hora que Bárbara entraria. Nem sei o porquê estava tão nervoso. Ja passei por isso antes. Tudo bem que nem poderia comparar, mas, ainda assim, beirava o ridículo. Ideias estapafúrdias passavam pela minha mente. Imagine se o maldito garoto do sorvete resolve aparecer novamente e Bárbara me deixa plantado no altar? Eu seria motivo de chacota por parte do meu pai e de Carol para o resto da vida.

Como se não bastasse esses medos infundados e o nervosismo exacerbado, ainda tinha aquela gente ridícula, que teve o atrevimento de aparecer aqui. Minha vontade era de sair daqui e ir até eles, chutando a bunda de cada um. Estavam enfeiando meu casamento! Parei de andar de um lado a outro quando vi meu pai se aproximar com um sorriso debochado. Coloquei as mãos no bolso e o encarei com desconfiança.

-- O que está aprontando? -- Falei assim que ele se aproximou.

-- Eu? Que isso, rapaz? Não respeita mais o seu pai? Sua mãe achou melhor eu ficar perto de você. Sabe como é, tentar acalmá-lo.

Rolei meus olhos. Do jeito que era, eu ficaria ainda mais nervoso, e dessa vez, com motivo.

-- Quem convidou esse povo, hein?

Meu pai cochichou ao meu ouvido, mas olhando para o trio sentado bem à frente.

-- E desde quando precisam de convite? São abusados, pai. Acho que querem se certificar que me casarei mesmo com Bárbara.

Voltei a olhar para os três. Carlos, Alex e Maya vieram ao casamento como se fossem mesmo uma família para Bárbara. Filhos da mãe. Eu juro que quase gargalhei quando vi Maya entrando, trajando um vestido verde, curto, mostrando os gambitos. Os cabelos estavam todos jogados para um só lado, num penteado estranho. Sério, era muito baranga.

Meu pai ficou um longo tempo observando, com a testa franzida, depois voltou a me encarar.

-- Já pensou se você tivesse escolhido Maya e não Bárbara? Imagine essa mulher na cama, Victor.

A minha gargalhada explodiu antes que eu conseguisse segurar. Várias cabeças se viraram em minha direção e eu mordi a boca rapidamente, baixando a cabeça. Os menos atentos pensariam que eu estava envergonhado, mas o balançar dos meus ombros entregava meu riso. Deus me livre imaginar aquela mulher na minha cama.

-- Fez bem em escolher a Bárbara. Aquela sim é mulher. É coxa e bunda para dar e vender.

Eu parei de rir na hora, erguendo a cabeça e fuzilando meu pai com o olhar. Nem tive tempo de responder nada e ele foi logo se defendendo.

-- E nem vem, sabe que estou falando a verdade.

-- Eu sei, mas poderia ao menos respeitar minha esposa, não é pai?

𝗹𝘂𝘅𝘂𝗿𝗶𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora