twelve

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Victor Augusto, point off view

Victor Augusto, point off view

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Chutei o balde. Dei uma banana para a vida estúpida e mentirosa em que eu vivia e simplesmente ia seguir o que meu coração mandava. É isso ai, eu falei coração. Nada de apenas transa, sexo abrasador, tesão animal. Decididamente meu coração estava envolvido, enredado, amarrado e apaixonado. Louco e completamente apaixonado por essa mulher que estava agora dormindo tranquilamente de bruços na cama.

Decidi que queria ser feliz, apenas isso. Vivi a ilusão de um casamento perfeito, sonhando com filhos quando na verdade fui traído. Isso até era o de menos, já que levado pelo desejo eu também traí. Mas que espécie de mulher trai, e ainda fica exposta a doenças, mesmo estando grávida? Com que tipo de mulher eu me casei?

Aliás eu me pergunto, aquele filho era meu? Por quanto tempo eu fui corno? Eram apenas perguntas, nada mais. As respostas realmente não me interessavam muito. Tudo o que me importava agora estava bem ao meu lado, esquecida do mundo depois de quase ter me matado de tanto tesão. Agi meio sem pensar, meio por impulso, mas felizmente ela não me considerou um louco. Quando vi o anel na vitrine da loja eu não tive dúvidas de que ele deveria pertencer a Bárbara. Precisava agora apenas acionar meu advogado e entrar com o pedido de divórcio. Eu tentei conversar com Beatrice, mas ela se negou. Agora eu não queria mais papo. Fim.

Queria ver a cara da minha família quando soubesse disso. Primeiro iam querer me matar por ter escondido isso durante muito tempo. Mas o que eu diria antes? Estou transando loucamente com uma mulher que conheci pela internet? Iam me internar, justamente eu que sempre fui fiel? Sempre fui até meio casto? Eu quase gargalhei com esse pensamento. Mas realmente eu nunca me imaginei tão safado, tão selvagem. Bárbara me fazia ter os mais insanos desejos, as mais perigosas fantasias. E o bom é que ela não me negava nada. Estávamos realizando nossas vontades mais obscenas.

Desci meu olhar pelo corpo dela. Hum, mas que bunda. Era até pecado ser tão gostosa assim. Aliás, há quanto tempo ela estava dormindo mesmo? Não estava na hora de acordar não? E eu como fico? Minha mão atrevida estava prestes a deslizar pela sua bunda quando meu celular tocou.

-- Putz.

Estiquei minha mão e olhei o visor. Gemi ao ver quem era. Sabia que levaria um esporro.

-- Oi mãe, que surpresa boa.

-- Victor Augusto, não adivinha o que eu estou fazendo.

-- Não mesmo.

-- Estou com um dicionário na mão. Vou ler para você: Membros de uma família costumam compartilhar do mesmo sobrenome, herdado dos ascendentes diretos. A família é unida por múltiplos laços capazes de manter os membros moralmente, materialmente e reciprocamente durante uma vida e durante as gerações.

À medida que ia falando eu ia me encolhendo como se ela estivesse aqui, bem à minha frente.

-- Mãe.

𝗹𝘂𝘅𝘂𝗿𝗶𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora