twenty three

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bárbara laurent, point off view

Girei o anel em meu dedo admirando mais uma vez a jóia que Victor me deu

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Girei o anel em meu dedo admirando mais uma vez a jóia que Victor me deu. Ele estava jogado de bruços na cama, totalmente nu e apagado. Acabou bebendo um pouco além para comemorar essa descoberta que com certeza colocaria Beatrice em seu devido lugar.

Olhei para seu rosto parcialmente oculto pelo travesseiro e me perguntei como pode existir mulher tão burra. Lógico que beleza não é o principal de tudo, mas Victor era simplesmente perfeito. Além é claro de ser lindo, era carinhoso, sincero, amigo, fogoso e apaixonado. Que mulher não desejaria isso tudo num homem? E para aquelas mais fúteis, ele ainda era podre de rico. Sinceramente, só sendo muito burra para trair um homem feito ele. Sem querer ser convencida, eu estava aqui para curar qualquer ferida que ele viesse a ter, apesar de ter quase certeza que ele estava pouco se importando com Beatrice. Mas sei que la no fundo ele sentiu o baque. Não é fácil para um homem aceitar que foi traído durante tanto tempo.

Céus. Três anos! Será que Victor não era um pouco lerdo? Ou Beatrice era muito esperta? Será que ele não percebia nada? Nada de nada? Se não percebia, então a mulher era uma atriz.

Engraçado como várias pessoas estavam contra nós: Beatrice e minha família. Mas de outro lado havia a família de Victor e agora Josh. E o mais importante de tudo isso: havia nosso amor.

Estiquei meu corpo na cama e bocejei. Meu corpo doía consideravelmente e eu estava com fome. Entretanto, meu estômago estava enjoado e eu não me arriscaria a comer nada ainda mais a essa hora. Agora pensando nisso eu tive a resposta que me fiz anteriormente. Realmente, Victor era meio lerdo. Algumas coisas passaram desapercebidas a ele. Será que ele realmente não notou que meus seios estavam mais cheios? E outra, não percebeu que eu mal toquei no champanhe? Ele bebeu praticamente tudo sozinho?

Ha duas semanas eu descobri que estava grávida. Mas, eu estava enrolando para contar. Não era por nada, mas eu queria fazer isso quando ele estivesse menos preocupado com a questão do divórcio. Sem contar aquela palhaçada que Maya armou. Eu não tinha o que temer afinal Victor sempre foi maluco para ter um filho. E agora eu daria esse filho a ele.
Foi uma surpresa tão grande quando descobri isso. Quer dizer, não que isso fosse impossível, afinal eu não usava nenhum método anticoncepcional. Estávamos há quatro meses juntos e pareciam anos. E de acordo com o primeiro exame que fiz eu estava grávida de poucos mais de três meses, ou seja, eu engravidei pouco depois que nos conhecemos.

Acabei me decidindo por contar a Victor tão logo ele acordasse. Queria ver sua cara de felicidade ao saber que finalmente seria pai. Deitei-me de lado e encolhi na cama adormecendo quase instantaneamente.

Acordei com o corpo ainda mais dolorido, além de parecer que havia um dragão dentro do meu estômago de tanto que queimava

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Acordei com o corpo ainda mais dolorido, além de parecer que havia um dragão dentro do meu estômago de tanto que queimava. Gemi e abri meus olhos ao sentir os dedos em meu rosto.

-- Victor?

-- Estava resmungando aí amor. Está sentindo alguma coisa?

-- Só uma queimação no estômago.

-- Quer que eu faça algo pra você beber?

-- Não precisa. Na verdade quero conversar com você. -- Ele se sentou, recostando-se na cabeceira da cama e me colocou junto ao seu peito.

-- Então vamos conversar. Sou todo ouvidos.

Esperei um pouco, tentando pensar em como eu abordaria aquilo. Não poderia falar assim logo de cara ou então era perigoso ele sofrer um ataque.

-- Minha mãe sempre disse que quando alguém pensa demais assim é porque o assunto não é agradável.

-- Mas sinto dizer que dessa vez sua mãe está enganada.

-- Você sabe que sou curioso. Fale logo.

-- Victor. Seu sonho sempre foi ter filhos, não é?

-- Sim, sempre foi. Eu adoro crianças sabe? São tão inocentes, puras. Parece que trazem luz ao nosso dia.

-- Com certeza sim.

-- Sabe que quando eu a conheci eu logo imaginei uma garotinha que fosse a sua cara? Imagine que bonequinha que ela seria. Mas depois de tudo isso que nos aconteceu eu mudei de ideia.

Imediatamente fiquei alerta. Como assim mudou de ideia?

-- Não quer mais filhos?

-- Quero, mas não agora. Descobri que tenho muito a viver ainda com você. Quero me divertir muito, viajar. Tudo com você ao meu lado. Nós dois fazendo essas loucuras. Aliás você não me disse como foi sua consulta com o ginecologista. Faz tempo que consultou. Seria bom começar a usar alguma coisa. Adiaremos os planos de ter filhos.

-- O que?! -- Eu quase gritei, o coração batendo aceleradamente.

-- Nada de filhos agora. So daqui há uns cinco anos.

Merda. E agora? O que eu faria? Está certo que ele jamais ficaria com raiva de mim. Mas poxa, ele simplesmente não quer. Fechei meus olhos, o rosto colado em seu peito e chorei.

-- Bárbara está chorando? O que houve?

-- Será que não percebe Victor? Não notou nada de diferente?

Ele me encarou por um tempo, deslizou os olhos pelo meu corpo e depois voltou, parando em meus seios.

-- Bárbara. -- Fechei meus olhos novamente. Agora ele sabia.

 Agora ele sabia

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