Bárbara Laurent, point off view penultimate chapter
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Eu não entendi porque Carol me tratou daquele jeito ao telefone. E também não entendi porque ela disse que Victor me mataria. Eu fiz algo de errado e não estava sabendo? Eu avisei que sairia, não avisei? Ou ele estava dormindo em pé e não entendeu o que eu disse? E Carol? Não recebeu a mensagem que enviei, informando que esperaria por ela no shopping?
Parece que de repente todo mundo ficou louco. Fiquei chateada. E por causa disso, pedi minha terceira taça de sorvete de chicletes. Ha dois dias eu estava com essa vontade absurda de tomar esse sorvete, mas Victor se recusou a comprar pra mim. É isso mesmo. Eu não tenho o noivo perfeito. É carinhoso e me ama, mas nem sempre faz tudo o que eu quero. O sorvete, por exemplo, ele não quis sair para comprar. A desculpa é que eu engordaria demais. Mas eu sei que é mentira, afinal ele não se importa com isso. Era tudo preguiça de sair de casa mesmo. Ultimamente estava assim. Saía para trabalhar e voltava sempre antes da hora. O pique dele permanecia o mesmo somente para o sexo. Aí ele continuava imbatível.
Dei um suspiro quando a taça foi colocada à minha frente. Quando a campainha tocou nessa manhã, imaginei que fosse Carol. Não fiquei surpresa ao ver um garoto entregando panfletos. Geralmente eles jogavam os papéis e nem ao menos entravam nos arredores de nossa casa. Mas esse parecia adivinhar meu desejo. E foi justamente entregar uma propaganda da nova sorveteria no shopping.
Minha boca salivou e não pensei duas vezes. Apenas enviei a mensagem para Carol, joguei o celular na bolsa e fui em direção ao shopping. Deliciei-me com duas taças de sorvete, até começar a ficar irritada com a demora de Carol. Peguei meu celular para ligar para ela e só então me dei conta de que estava sem bateria. Procurei por um telefone público e liguei para ela. E fui tratada daquela forma grosseira. Agora estava eu aqui, à espera dela e de Victor, sem ter noção do motivo para tanto desespero.
Logo os dois apareceram em meu campo de visão. Carol com os olhos arregalados e Victor passando nervosamente as mãos nos cabelos. Percebi que apressaram o passo ao me verem, e ao mesmo tempo suas expressões ficaram mais raivosas.
-- O que houve? -- Perguntei assim que se aproximaram.
-- Como o que houve? Você ficou maluca, Bárbara? Como some dessa forma? Queria me enlouquecer? -- Victor acusou, colocando as mãos na cintura e me encarando.
Com a mão no peito, Carol se sentou ao meu lado, como se tivesse cansada após uma corrida.
-- Eu que deveria perguntar isso. Estava dormindo por acaso? Eu avisei que sairia com a Carol.
-- Ah é? E eu chego na casa dos meus pais, Carol ainda está lá, sendo que você tinha saído de casa há minutos. Tem ideia das merdas que passaram pela minha cabeça?
-- Ah, é isso?
Victor bufou e puxou uma cadeira, sentando-se à minha frente e segurando minha mão sobre a mesa.