epilogue

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victor augusto, point off view

Ha quanto tempo eu estava sentado, apenas admirando a mais bela fotografia que já vi? Não faço ideia

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Ha quanto tempo eu estava sentado, apenas admirando a mais bela fotografia que já vi? Não faço ideia. E não me importava também. Ha dois meses eu agia dessa forma. Sentado na poltrona em frente ao berço, admirando o fruto do meu amor por Bárbara. Meu pequeno tesouro dormia placidamente, as mãozinhas fechadas próximas ao rosto.

Louis veio ao mundo em uma quarta feira chuvosa e fria. Eu me lembrava perfeitamente bem de cada segundo daquele dia.

Era um daqueles dias em que você só quer ficar na cama e curtir sua esposa. Eu sabia, obviamente que precisava sair daquela cama e trabalhar. Mas o frio aliado ao calor que emanava do corpo de Bárbara, fizeram com que eu mudasse de idéia. Eu não morreria se passasse o dia em casa. Talvez morresse de amor, mas isso não era novidade.

Observando seu semblante, eu notei que sua expressão não era tão serena quanto nos dias anteriores. Mesmo dormindo, sua testa estava franzida e seus lábios um pouco retorcidos. Eu me preocupei com isso. Lentamente eu me sentei na cama e puxei o cobertor que a cobria. Verifiquei as pernas desnudas, constatando que não havia sinal de inchaço anormal.

Ultimamente Bárbara, Carol e minha mãe vinham falando tanto sobre partos, dores, e problemas que meus cabelos estavam em pé. E depois de ouvir da própria médica que deveríamos ficar atentos aos inchaços, eu realmente pirei um pouco. Felizmente estava tudo bem. Bárbara não apresentava inchaço anormal, sua pressão não sofreu alterações, o que disseram ser perigoso tanto para ela quanto para o bebê.

Fiz o impossível para que minha apreensão não ficasse visível para Bárbara. Poderia até parecer que sou um canalha, que só sabe pensar em sexo. Está certo que penso em noventa por cento do tempo, mas em grande parte eu também fingia. Fingia não estar preocupado com a gravidez, com meu filho e com Bárbara.

Eu já perdi dois filhos, embora eu nem possa comparar minha vida com Bárbara com a que tive com Beatrice. Mas ainda assim permanecia o medo de que algo desse errado. Foram longos nove meses me remoendo, nunca deixando minha esposa perceber o quanto eu estava amedrontado.

-- O que foi, amor?

Eu ouvi a voz sonolenta e um pouco cansada atrás de mim e voltei a me deitar. Observei seu rosto com atenção. Seus olhos ainda estavam fechados.

-- Nada. Só estava verificando se está bem acomodada. Está tudo bem?

-- Minhas costas doem um pouco, mas nada preocupante.

-- Tem certeza?

-- Sim.

Mas acredito que ela não tinha certeza de nada, assim como eu. Quando bem mais tarde nós resolvemos levantar e tomar um banho, Bárbara levou a mão ao ventre, curvando-se um pouco para frente. Imediatamente corri até ela, apoiando-a.

𝗹𝘂𝘅𝘂𝗿𝗶𝗮Onde histórias criam vida. Descubra agora