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海 𝙤 𝙘𝙤𝙢𝙚𝙘̧𝙤 𝙙𝙤 𝙛𝙞𝙢
O nariz da pessoa que descobri se chamar Ryle, se quebrou com apenas um único soco do meu pai.
E então eu entendi a quem Avan puxou. A aura do meu pai ficava totalmente diferente quando ele estava sério. Seu cabelo já molhado de suor, e eu não sei porquê -não acredito que ele tenha vindo correndo até aqui-, estava com uma mecha caída sobre sua testa, e seus olhos estavam totalmente cinzas quando encarou Ryle como se meu pai fosse o dobro do tamanho dele, e na verdade ele é. De altura e largura.
Não espero, mas quando um dos homens que eu também não consigo ver veio correndo como se fosse guarda costas de Ryle, Big John se pronuciou apenas dando três passos e virando o braço do homem que corria, provavelmente, para atacar meu pai.
Não sei em que momento entrei em um maldito filme de luta. Mas tudo ainda parece estranho para mim.
Ryle definitivamente percebeu que ele não estava lutando só contra adolescentes agora. Percebi isso quando ele dá um passo para trás, se afastando da figura parada do meu pai que tinha os punhos fechados como se a qualquer momento socaria mais o homem. E ele fez. Eu só via o braço rápido do meu pai indo contra seu queixo.
Sinto alguém segurar minhas mãos gentilmente, desvio meu olhar da briga para ver os olhos de JJ analisarem lentamente minhas mãos enquanto as segurava com as costas delas contra suas palmas. A palma da minha mão estava totalmente vermelha e uma pequena marca enrugada de queimadura já se formava, mostrando que ia além de uma de primeiro grau.
Vi a tristeza nos olhos do loiro, mas ele não falou nada, apenas se segurou, ele engole a seco como se estivesse engolindo as palavras.
Agradeço por isso, sinto meus ombros se encolherem de novo e deixo minha cabeça tombar em direção a seu ombro, apoio minha testa alí fazendo ele soltar as minhas mãos e apoiar uma levemente na parte de trás da minha cabeça. Não quero reclamar de nada agora e encher ainda mais JJ, mas sinto que tenho um caminhão de coisas para falar que está entalado na minha garganta.
ㅡ Tá tudo bem você dizer que dói ㅡ A voz de JJ soa gentil, suave enquanto sua mão em meu cabelo se movimentava de cima para baixo carinhosamente.
Mordo a parte de dentro da minha bochecha fortemente, porque eu queria, mas não consigo admitir nada. Nem para mim mesma. A essa altura, tenho tantas coisas que podia reclamar que eu não sei qual delas falar, quando alguém nos pergunta o que sentimos quando estamos mal e sentimos tanta coisa, que nem sabemos por onde começar e apenas engamos a pessoa para dizer que não estamos sentindo nada. Eu não sentia nada. Um vazio. Como se tudo fosse algo frívolo, oco e vão. E onde qualquer uma das minhas palavras fosse soar para mim mesma como algo pueril.
Então não falo nada para JJ, apenas aceito o apoio dele, que me alcançava mesmo em silêncio. Algumas pessoas conseguem te confortar apenas com sua presença, e o Maybank é uma delas... No meu caso, no singular, é a única pessoa.
