Ꜭ.7

1.1K 106 157
                                    

海𝙚𝙨𝙨𝙚 𝙢𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙡𝙪𝙜𝙖𝙧 𝙗𝙤𝙢 𝙚𝙢 𝙦𝙪𝙚 𝙦𝙪𝙚𝙧𝙚𝙢𝙤𝙨 𝙫𝙞𝙫𝙚𝙧?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


𝙚𝙨𝙨𝙚 𝙢𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙚́ 𝙪𝙢 𝙡𝙪𝙜𝙖𝙧 𝙗𝙤𝙢 𝙚𝙢 𝙦𝙪𝙚 𝙦𝙪𝙚𝙧𝙚𝙢𝙤𝙨 𝙫𝙞𝙫𝙚𝙧?


Demora cerca de alguns minutos para a pressão dentro de qualquer coisa que caia na água se esqualizar com a pressão do lado de fora. Dentro desses minutos é o tempo em que as pessoas começam a se desesperar, seja o desespero, o nervoso ou a ansiedade, todos eles consomem a energia do corpo que utilizaria para escapar da morte súbita. Mas, racionalmente falando, é quase impossível você não ficar minimamente nervoso depois de uma tentativa de assassinato contra você.

Como uma pessoa acostumada a visistar barcos naufragados e passar ao menos metade da vida longe da terra firme. Você é obrigado a saber tudo sobre como não fazer você ser o próximo a morrer preso dentro de um barco no fundo do oceano. Mas Ward Cameron foi a variável que mudou tudo.

Minhas mãos ainda tremiam, meu sangue ainda corria quente no meu corpo e meu cérebro ainda processava as ações, ao ponto de eu não sentir o solavanco do barco quando ele começou a afundar, e ao ponto de mesmo quando eu estava batendo na porta com raiva, meu cérebro ainda processava. Processava a imagem de John caído no chão com a cabeça sangrando, desacordado, deixando de lado o fato que eu mesmo estava preso em um barco afundando.

Enquanto não está submerso, sabia de cór que eu deveria tentar quebrar a porta ou a janela frontal da cabine. Mas eu não fiz, e esse foi o meu primeiro erro.

Ergui meu corpo para ver pelo minúsculo vidro em cima da porta, a imagem de Ward Cameron jogando o corpo do meu melhor amigo na água, como se fosse um cadáver.

Se eu não tivesse visto isso, ficado com raiva com isso, e consumido toda a minha energia que foi convertida em raiva. Eu não estaria completamente submerso, com água até o topo da cabine e vendo cada vez mais o meu próprio Canadian afundar no mar.

Ergo meu sexto dedo, lembro de sempre contar a minha filha que não era um problema contar nos dedos quanto tempo você aguenta ficar debaixo d'água, o problema é quando não dá mais para contar nos dedos. Eu espero que ela tenha aprendido, e que tenha medo, mas que não deixe o pavor a consumir como me consumiu.

O pânico, o pavor, é assustador. Ele te faz esquecer de coisas que você sempre soube, cria uma barreira na frente dos seus olhos, não te deixa ver e nem viver. Congela seus músculos e não te permite se mexer.

Tinha trocado o vidro por um mais resistente, mais limpo, irônico pensar que troquei apenas para ver a minha morte chegando através de um vidro mais caro.

Sétimo dedo. Uma pequena imagem da figura de cabelos castanhos escuros e da figura de cabelos pretos aparece na minha mente, a inundando de arrependimento.

Pego impulso com os braços e nado dentro da minha própria cabine. A essa hora, a pressão já deve estar próxima de ter se equalizado, e seria mais fácil de quebrar o vidro. Apoio minhas duas mãos no teto, tentando criar uma forma de me segurar, e começo a chutar com toda força que ainda tenho o canto do vidro, e não o centro, porque pelo meio nunca conseguiria o quebrar com meu próprio corpo.

𝙇𝙤𝙨𝙞𝙣𝙜 𝘼𝙡𝙡² ᴊᴊ ᴍᴀʏʙᴀɴᴋ  Onde histórias criam vida. Descubra agora