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⠀ 海
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ㅡ Existem mais de duzentos e trinta mil navios navegando só nessa área nesse exato momento ok? Não é tão fácil assim ㅡ Reviro os olhos para Atlas, agora sei porque meu irmão se irrita com ele. Agarro o notebook de suas mãos e começo a digitar algumas informações antigas. ㅡ Você tem uma conta na página de tráfego da marinha? Quantos anos você tem, cinquenta?
ㅡ É a conta do meu pai, como não acharam o corpo foi morte presumida, mas a declaração de ausência demora a ser comprovada já que não tem buscas por ele ㅡ Dou de ombros, sinto Atlas me encarar estranhando meu comportamento e suspiro colocando a antiga senha do meu pai ㅡ Não vou começar a chorar, relaxa.
ㅡ Você é realmente irmã do seu irmão ㅡ Rio com a frase redundante.
ㅡ Aqui, o navio desceu exatamente nesse porto, é uma parte isolada, eles devem ter pegado essa rodovia e podem ter ido pra qualquer um desses lugares ㅡ Aponto para o mapa do computador, era uma zona ampla, é difícil de achar.
ㅡ Relaxa, agora é comigo. Sou ótimo em encontrar rostos ㅡ Franzo o nariz quando ele agarra o notebook de volta, estávamos sentados no chão da sala fazendo pesquisas enquanto ouvíamos alguns gritos de dor de JJ, acho que ele não é tão bom em luta quanto ele acha. Ou Avan está pegando bem pesado.
ㅡ Avan fez a mesma coisa pra achar John B em Bahamas, é uma obrigação de quem bate nos outros por dinheiro? ㅡ Pergunto curiosa e Atlas ri fraco.
ㅡ Aham, só que seu irmão se restringiu a receber dinheiro apenas da polícia, então ele usava todos os equipamentos deles.
ㅡ E você não ㅡ Afirmo mais que pergunto, não sei se era um assunto delicado e não é como se eu tivesse intimidade com ele para assuntos muito pessoais.
ㅡ A polícia paga pouco, e o Avan sempre foi mais inteligente que eu ㅡ O olho surpresa por ele responder, odeio isso porque fico mais curiosa, e eu nem sou uma pessoa curiosa, ao menos não era.
ㅡ Ele disse que você pagava os estudos de medicina ㅡ Acabo comentando, os dedos de Atlas exitam um pouco na hora de digitar.
ㅡ Se quer perguntar porque eu parei de estudar medicina pode perguntar diretamente ㅡ Solto uma risada pelo nariz, não seria tão direta assim. Atlas estala os dedos e olha para o teto, largando o computador que carregava algo. ㅡ Não consegui completar por duas coisas, fiquei em um departamento especializado em câncer, ficava mais distraindo as crianças, conheci um menino, Ash, de 12 anos. Ele começou o tratamento com dez anos mas faleceu porque os pais não tinham mais dinheiro pra pagar as sessões de quimioterapia.
Sinto a realidade me bater como se tivesse me colocado contra uma parede de concreto, meus olhos ardem levemente e aperto meus dedos contra a calça. Não consigo pensar nisso, muito menos pensar que isso acontece com mais frequência do que qualquer pessoa pensaria.
