Capítulo 31

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A biblioteca parecia como a primeira vez que Faye estive lá, as paredes cobertas com estantes cheias de livros novos e antigos. O calor e o cheiro da madeiras e couro envolveram Faye, fazendo-a sorrir. Era estranho, mas era um lugar reconfortante, mesmo ela estando apenas uma vez ali. Talvez fosse o calor acolhedor ou por saber que era o lugar onde Chase trabalhava.

"Por que não vamos para as salas." Disse Chase é gesticulou para Faye caminhar em direção onde ela foi para ler os arquivos sobre a casa.

Quando chegaram á pequena sala cheia de caixas de arquivos, Faye rapidamente percebeu que não havia prestado atenção no espaço da última vez em que estava lá. Era lindo, assim como o resto da biblioteca. No entanto, de alguma razão desconhecida, parecia que a sala possuía uma história melhor do que toda a biblioteca. História que falavam de a acontecimentos reais, histórias que falavam de pessoas extraordinárias e ordinárias.

Faye sentou á mesa e logo Chase fez o mesmo.

"Posso te perguntar uma coisa?" Faye disse.

"Claro, sim." Chase respondeu.

"Uhm, você se lembra da primeira vez que veio aqui?" Faye, com cuidado, perguntou. Sua amnésia fazia tudo mais complicado. Quanto tempo ela poderia manter a verdade? Será que ele se lembra do que realmente aconteceu naquele dia de julho?

"Não, não me lembro." Disse ele, franzindo a testa. Ele tentou se lembrar desde que acordo, mas não funcionava. A maior parte da sua mente era um grande borrão. "Quando você esteve aqui?"

"Oh." Faye entrou em pânico. "Em junho." Ela acrescentou e encolheu os ombros, sem querer mencionar que foi no mesmo dia que Harry o esfaqueou.

"De qualquer forma, eu estava aqui para ler uns arquivos antigos sobre a casa em que estou morando, e o que aconteceu lá dentro. Você se lembra do assassinato há 90 anos atrás? Sabe do que eu estou falando?" Chase balançou a cabeça lentamente. "Eu só gostaria de saber o que tinha acontecido naquela casa, o assassinato." Argumentou Faye. Ela queria saber quem era a silhueta escura. Talvez ela estivesse esquecido algo.

Chase ficou em silêncio por um tempo antes de levantar a caminhar pela sala. Havia uma pequena ruga entre suas sobrancelhas quando ele olhou para os arquivos. Em seguida, ele balançou a cabeça:

"Não, não tem nenhum registro do que aconteceu na casa. Desculpa..."

"Não, está tudo bem. Eu estava apenas curiosa." Fay disse e deu de ombros, mas por dentro um sentimento de preocupação começou a crescer. Se nada aconteceu na casa, quem era o homem que estava a assombrando?

Um grito ecoou pelos corredores da casa. Era um grito de raiva e dor, como se pertencesse a duas pessoas diferentes. Quase era. Mas não era duas pessoas, mas era dois lados de uma pessoas. O bom é o ruim.

"Me deixe em paz!" Um jovem gritou, porém não havia mais ninguém na casa. Mas ele teve uma resposta. De si mesmo.

"Você já vai desistir? Você sabe que eu sou mais forte que você." Uma risada horrível e cruel rugiu nos corredores da casa. A costas do rapaz arquearam de uma forma desumana, e um suspiro deixou sua boca.

"Veja, você não pode ganhar. Você é fraco. Basta deixar o corpo para mim, eu vou cuidar dele."

Harry deu um murro na parede, e apertou os lábios em uma linha fina quando uma onda de dor atravessou seu corpo. Ele não queria ir embora, a dor trabalhava de uma maneira profunda em seu corpo e mente que ele não poderia removê-la.

A dor o lembrou da dor que ele sentiu na noite do assassinato, quando ele viu seus pais morrerem e quando ele morreu, e foi a primeira vez que ele sentiu essa dor em 90 anos. Mas havia diferença, em vez de dor de ser esfaqueado, a dor vinha de seu interior, tentando cavar um caminho para fora. Parecia que alguém tentava rasgar sua carne. Algo dentro dele queria cortá-lo para alcançar sua liberdade. Harry estava com medo de que a escuridão dentro dele queria sair, e ele não deixaria isso acontecer. Mas ele sabia que aquele lado dele estava certo, ele era muito mais fraco e não sabia quanto tempo ele poderia aguentar essa luta.

O som de uma porta batendo chegou ao ouvido de Harry. O medo correu por suas veias, ele não queria machucar ninguém, mas no mesmo tempo ele queria. Ele queria rasgar a carne da pessoa que acabou de passar pela porta, e o pendurar como fez com o gato.

"Não." Harry sussurrou e apertou suas mãos na cabeça. "Não, não, não."

Harry podia escutar o som de passos no piso de baixo, enquanto disputava o que deveria fazer. Uma parte acreditava que a escuridão podia conquistar tudo, enquanto o outro lado ainda se lembrava do homem que queria se tornar. Um homem que era para ser orgulho, mas nada tinha feito nos últimos 90 anos para fazer seus pais orgulhosos. Eles teriam se envergonhado, e ele se culpava por não ser o suficiente para seus pais.

"Harry?" A voz doce e suave o trouxe de volta à realidade. Faye estava no topo das escadas, olhando para ele. Quando seu olhar encontrou o dele, Faye engasgou. "Harry, seus olhos."

Haunted |h.s | traduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora